O transtorno bipolar, também conhecido como transtorno afetivo bipolar e originalmente chamado de insanidade maníaco-depressiva, é uma condição psiquiátrica caracterizada por alterações graves de humor.

Envolve períodos de humor elevado e de depressão (polos opostos da experiência afetiva) intercalados por períodos de remissão. Está associado a sintomas físicos, cognitivos e comportamentais específicos.

O transtorno bipolar geralmente começa entre 10 e 40 anos de idade e afeta 1% a 2% da população mundial.

A condição prejudica a capacidade de funcionamento da pessoa no trabalho, nos estudos e na interação social, sendo significativo o risco de suicídio.

Entretanto, estados de hipomania são, às vezes, adaptativos, porque podem produzir funcionamento de alta energia, criativo, confiante e social supernormal.

Diagnóstico
De acordo com o ‘Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5)’, o transtorno bipolar se diferencia em dois principais tipos: bipolar I, em que a elevação do humor é grave e persistente (mania), e bipolar II, em que a elevação do humor é mais branda (hipomania).

O diagnóstico envolve a identificação de sintomas de mania ou hipomania e da avaliação do curso longitudinal da doença.

A duração e a frequência dos ciclos variam entre os pacientes. Há quem tenha apenas alguns ao longo da vida, ao passo que outros têm quatro ou mais episódios ao ano (formas de ciclagem rápida).

Apenas alguns indivíduos alternam entre mania e depressão durante cada ciclo; na maioria dos ciclos, um ou outro predomina.

Causas e tratamento
As causas exatas do transtorno bipolar são desconhecidas, mas hereditariedade, mudanças nos níveis cerebrais de neurotransmissores e fatores psicossociais podem estar envolvidos.

O tratamento do transtorno bipolar depende das manifestações e de sua gravidade, mas envolve tipicamente estabilizadores do humor e/ou antipsicóticos de segunda geração.

Paralelamente ao uso de fármacos, é indicada a psicoterapia. Uma das abordagens psicológicas mais eficazes é a terapia cognitivo-comportamental (TCC), pois ajuda a controlar os sintomas e a desenvolver novas maneiras de lidar com o problema, reduzindo o risco de crises.

A eletroconvulsoterapia (ECT) é usada algumas vezes para depressão refratária ao tratamento e também é eficiente na mania.

Por sua vez, a fototerapia pode ser útil no tratamento do transtorno bipolar I ou II sazonal – com depressão no outono-inverno e hipomania na primavera-verão. É provavelmente mais útil como tratamento de potencialização.

Ferramenta
‘Anticrises psicológicas – 100 cards’, de autoria do psicólogo Ramiro Figueiredo Catelan, é uma ferramenta que pode ser utilizada com pessoas a partir dos 18 anos de idade, nos contextos familiar e profissional, para prevenção e combate a crises psicológicas.

Publicada pela editora RIC Jogos, a caixinha é dividida em dez conjuntos de cartas que compilam uma série de técnicas e estratégias práticas para ajudar as pessoas a lidarem com situações difíceis e estressantes sem piorar o momento e tornando-o mais breve e suportável.

As informações contidas no material derivam de anos de pesquisa científica da terapia comportamental dialética, também conhecida como DBT, do inglês dialectical behavior therapy, incluindo um módulo inteiro voltado para o treinamento de habilidades de tolerância ao mal-estar.

Os cards trazem, ainda, contribuições inspiradas na terapia de aceitação e compromisso (ACT, de acceptance and commitment therapy), bem como outros modelos de tratamento psicológico eficazes para trabalhar de forma mais efetiva com situações que provocam estresse, mal-estar e aflição.