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Resumo do Carrinho

    19/09/2023

    TOC na infância: quais os sintomas e como tratar?

    O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) não é o distúrbio mental mais frequente na infância. No entanto, quando presente, ocasiona grande prejuízo na qualidade de vida dos pequenos.

     

    A criança com TOC tem sintomas que envolvem pensamentos repetitivos ou imagens chamados obsessões. As compulsões representam os comportamentos rituais que refazem repetidas vezes para banir esses pensamentos.

     

    Entre os exemplos de pensamentos obsessivos em crianças, constam preocupação excessiva com germes, sujeira e doença; pensamentos constantes sobre acidente com os pais; preocupação excessiva com simetria, ordem e exatidão; e atenção irracional aos detalhes.

     

    Já entre os comportamentos compulsivos, constam lavar as mãos excessivamente, seguir rigorosamente as regras impostas por elas mesmas, como arrumar objetos pessoais em uma estante de maneira particular e ficar muito chateadas se alguém mudar a posição dos objetos.

     

    Também tendem a contar e recontar tudo, como a quantidade de ladrilhos no chão ou tijolos em uma parede; a terem preocupação com sequência ou agrupamento de objetos; repetir excessivamente as mesmas perguntas; repetir sons, palavras, números ou música a alguém ou para si.

     

    Possíveis causas

    Embora a ciência ainda não tenha identificado as causas concretas, diferentes fatores concorrem para o aparecimento do transtorno obsessivo-compulsivo: de natureza biológica, envolvendo predisposição genética, alterações funcionais e da neuroquímica cerebrais; e fatores psicológicos, como aprendizagem de formas erradas de lidar com medos e ansiedades.

     

    Também está bem estabelecido que indivíduos com TOC cometem erros na forma de perceber e interpretar a realidade (como exagerar o risco e a responsabilidade e ter dificuldade de conviver com a incerteza) que contribuem para o surgimento e a persistência dos sintomas.

     

    Prejuízos

    As crianças com transtorno obsessivo-compulsivo se sentem incapazes de parar de se concentrar em suas obsessões. Acreditam que precisam executar os rituais para se proteger contra coisas ruins que imaginam que podem acontecer. Para muitas delas, fazer um ritual é a única maneira de pensar que tudo está bem.

     

    Sendo assim, a doença ocasiona prejuízos graves para o funcionamento dos pequenos, como queda significativa no rendimento escolar, na qualidade das interações sociais e no sono.

     

    Isso porque pode haver problemas para se concentrarem no trabalho escolar ou desfrutar de atividades, irritação, tristeza, ansiedade, insegurança e indecisão. Crianças com TOC também podem demorar muito tempo para fazer tarefas diárias, como se vestir, organizar uma mochila, completar a lição de casa ou tomar banho.

     

    Diagnóstico

    Os pais ou outros responsáveis devem entender o impacto que o filho com transtorno obsessivo-compulsivo pode sofrer para que possam ajudá-lo.

     

    É importante que conversem com ele sobre o que está acontecendo. Devem falar com apoio, ouvir e demonstrar amor e compreensão, assim como tranquilizá-lo e procurar um psiquiatra ou um psicólogo que irá auxiliar a família na busca do tratamento eficaz.

     

    Uma vez que não há teste de laboratório para diagnosticar o TOC na infância, os profissionais da saúde mental baseiam seus diagnósticos na avaliação psíquica abrangente depois de descartar causas físicas para os sintomas.

     

    Tratamento

    A criança com transtorno obsessivo-compulsivo pode ser efetivamente tratada, especialmente se o transtorno for diagnosticado no início. Geralmente é usada uma combinação de psicoterapia e medicação.

     

    Antes de iniciar o tratamento do paciente, o profissional faz uma avaliação que inclui: exame físico, de saúde, nível de maturidade, estado médico, gravidade dos sintomas, presença ou ausência de distúrbios simultâneos, nível de tolerância para certos medicamentos, tolerância para certas estratégias terapêuticas e expectativas para o rumo que a doença pode tomar.

     

    Um número considerável de crianças com transtorno obsessivo-compulsivo tem comorbidades, ou seja, possui mais de um transtorno ao mesmo tempo, que também requerem tratamento.

     

    A estratégia de terapia para tratamento do TOC na infância normalmente envolve a abordagem cognitivo-comportamental. Por sua vez, os inibidores seletivos da reabsorção de serotonina (ISRS) representam a classe mais eficaz de medicamentos.

     

    O profissional de saúde mental também pode recomendar a terapia familiar, porque os pais ou outros cuidadores desempenham um papel fundamental no tratamento e na recuperação de seus filhos com transtorno obsessivo-compulsivo.

     

    Ferramenta

    O jogo ‘Momentos terapêuticos: trabalhando transtornos na infância’ é uma ferramenta que pode ser utilizada no contexto clínico ou familiar com crianças acima de 5 anos de idade com TOC, transtorno de oposição desafiante (TOD), ansiedade e/ou depressão.

     

    Criada pela psicóloga Juliana Vieira Almeida Silva e publicada pela editora RIC Jogos, a ferramenta é indicada para levantamento de comportamentos e pensamentos relacionados a ansiedade, tristeza (depressão), desafio e controle.

     

    Também traz cartas relativas ao questionamento socrático ou questionamento de evidências (cartas possibilidades) e tem como opções cartas denominadas pense zen, cujo objetivo é auxiliar a garotada a ter o pensamento no aqui e agora (mindfulness).