03/02/2025

Timidez e transtorno de ansiedade social: qual a diferença?

A timidez é um comportamento caracterizado por sentimentos de desconforto, insegurança e ansiedade em situações sociais ou ao interagir com os outros. Pessoas tímidas frequentemente evitam ou se sentem desconfortáveis ao participar de eventos sociais, iniciar conversas ou se expor.

 

Embora a timidez em si não seja prejudicial, pode se tornar um grande desafio quando interfere negativamente no funcionamento e na qualidade de vida de alguém, gerando, por exemplo, isolamento social significativo, interferência nas relações interpessoais, perda de oportunidades profissionais e acadêmicas e até mesmo transtorno de ansiedade social (TAS).

 

É importante destacar que a timidez não é uma patologia, mas uma característica de personalidade. Algumas pessoas podem se sentir tímidas em certas situações, enquanto outras podem experimentá-la de maneira mais generalizada.

 

Em muitos casos, a timidez diminui com o tempo à medida que o indivíduo desenvolve habilidades sociais, ganha autoconfiança e se expõe gradualmente a situações sociais desafiadoras. No entanto, em casos mais graves, exige atenção e, possivelmente, ajuda especializada.

 

Incapacitante

Por sua vez, o transtorno de ansiedade social, também chamado de ansiedade social ou fobia social, é uma condição de saúde mental crônica em que as interações sociais causam um medo irracional.

 

Por ser incapacitante, pode prejudicar o trabalho, o meio acadêmico e outras atividades do cotidiano, assim como os relacionamentos interpessoais.

 

Caracterizado pelo medo irracional de interações sociais, o TAS leva o sujeito a evitá-las a todo custo. Geralmente, é acompanhado da perda de autoestima e do temor a críticas. Sendo assim, a principal consequência é o profundo impacto negativo sobre as relações pessoais e profissionais.

 

É comum que pessoas com transtorno de ansiedade social se abstenham de reuniões, festas, encontros e tudo que envolva interações sociais, não aprofundando suas relações. Elas também evitam expressar suas opiniões, ir a uma entrevista de emprego, atender ao telefone e até mesmo apresentar um projeto importante.

 

Geralmente, os indivíduos que têm TAS apresentam traços de timidez e inibição, sendo inclusive taxados de tímidos, antissociais ou introvertidos. Eles também se preocupam excessivamente com a opinião alheia a seu respeito.

 

Perfeccionismo

Ao mesmo tempo, são perfeccionistas e determinados, além de apresentarem um alto senso de responsabilidade, justamente por terem preocupação intensa com situações sociais as quais julgam que estarão sob avaliação de outros.

 

No entanto, embora sejam extremamente competentes e tenham um desempenho acima da média em muitas tarefas, a restrição social imposta a eles pela ansiedade social os faz perder grandes oportunidades profissionais e de relacionamentos.

 

A longo prazo, tais comportamentos podem causar rupturas de amizades, de laços familiares e até mesmo dificuldades para conseguir ou manter um emprego. Com isso, surge uma série de decepções e frustrações em sequência.

 

Psicoterapia

Embora seja um transtorno que vai muito além de uma simples timidez, nem sempre aqueles que têm ansiedade social são levados a sério. Mas é preciso entender que o assunto deve ser tratado com seriedade e jamais ignorado.

 

Afinal, trata-se de um problema capaz de trazer consequências profundas no dia a dia de quem o vivencia, sendo necessário o acompanhamento profissional para o tratamento.

 

A psicoterapia pode auxiliar pessoas que sofrem com TAS, possibilitando que aumentem sua confiança e, com isso, tenham mais autonomia e possam melhorar sua capacidade de interagir com os outros e modificar sua realidade.

 

Também podem ser necessários, conjuntamente, o acompanhamento psiquiátrico e a utilização de medicamentos.

 

Ferramenta

‘Sou tímido, e agora? 100 cards para compreender a timidez’ é uma ferramenta criada para auxiliar as pessoas na identificação de sinais e sintomas precoces da timidez e propor atividades que potencializam as principais habilidades para enfrentá-la.

 

Já para os clínicos que se deparam com essa condição cotidianamente, tem o intuito de ajudar na avaliação da timidez, situando-a dentro de um continuum. Por fim, visa proporcionar intervenções fáceis de serem incorporadas às sessões de terapia e com valioso potencial para mudança.

 

De autoria das psicólogas Fernanda Pasquoto de Souza e Jéssica Helen da Silva Vieira e publicado pela editora RIC Jogos, o recurso tem adolescentes e adultos como público-alvo.

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