Timidez: como intervir quando afeta a qualidade de vida?

A timidez é um comportamento caracterizado por sentimentos de desconforto, insegurança e ansiedade em situações sociais ou ao interagir com os outros. Pessoas tímidas frequentemente evitam ou se sentem desconfortáveis ao participar de eventos sociais, iniciar conversas ou se expor.
Embora a timidez em si não seja prejudicial, pode se tornar um grande desafio quando interfere negativamente no funcionamento e na qualidade de vida de alguém, gerando, por exemplo, isolamento social significativo, interferência nas relações interpessoais, perda de oportunidades profissionais e acadêmicas e até mesmo transtorno de ansiedade social.
É importante destacar que a timidez não é uma patologia, mas uma característica de personalidade. Algumas pessoas podem se sentir tímidas em certos momentos, enquanto outras podem experimentá-la de maneira mais generalizada.
Em muitos casos, a timidez diminui com o tempo à medida que o indivíduo desenvolve habilidades sociais, ganha autoconfiança e se expõe gradualmente a situações sociais desafiadoras. No entanto, em casos mais graves exige atenção e, possivelmente, ajuda especializada.
Como lidar
Lidar com a timidez no dia a dia pode ser desafiador, mas é possível desenvolver estratégias para superar esse comportamento de forma gradual.
Aceitar a própria personalidade, reconhecendo que a timidez é uma parte natural de quem se é e não há nada errado com isso, está na lista de passos para superar o comportamento.
Entender o motivo da timidez é outra sugestão, já que ela pode englobar várias interações ou pode aparecer somente em determinadas situações.
Outra dica é trabalhar no aprimoramento das próprias habilidades sociais, como manter contato visual, ouvir atentamente e fazer perguntas. Isso pode tornar as interações mais suaves e aumentar a autoconfiança.
Aprender a controlar a ansiedade também é importante. Práticas de relaxamento, como respiração profunda, meditação ou yoga, podem ser úteis antes de entrar em situações sociais desafiadoras.
Não se importar com julgamentos alheios é outra atitude que ajuda, pois a timidez pode estar ligada ao medo do que os outros vão pensar. Entretanto, na maioria das vezes, os demais nem estão se importando com o que está acontecendo.
Em vez de se concentrar em como os outros o percebem, concentre-se em aprender sobre eles. Faça perguntas abertas, ouça com atenção e mostre interesse genuíno nas pessoas ao seu redor.
Ferramenta
‘Sou tímido, e agora? 100 cards para compreender a timidez’ é uma ferramenta criada para auxiliar as pessoas na identificação de sinais e sintomas precoces da timidez e propor atividades que potencializam as principais habilidades para enfrentá-la.
Já para os clínicos que se deparam com essa condição cotidianamente, tem o intuito de ajudar na avaliação da timidez, situando-a dentro de um continuum. Por fim, visa proporcionar intervenções fáceis de serem incorporadas às sessões de terapia e com valioso potencial para mudança.
De autoria das psicólogas Fernanda Pasquoto de Souza e Jéssica Helen da Silva Vieira e publicado pela editora RIC Jogos, o recurso tem adolescentes e adultos como público-alvo.