Para a terapia do esquema, o modo desadaptativo como as pessoas levam a vida está relacionado às necessidades básicas da infância que não foram preenchidas e que levaram à formação de esquemas negativos.

 

Conforme a abordagem, existem cinco grandes necessidades emocionais: vínculos seguros, autonomia, limites realistas e autocontrole, orientação para si, espontaneidade e liberdade de expressão.

 

Por exemplo, o indivíduo que cresce com a rejeição pode passar a se envolver apenas com que sinaliza que não quer um comprometimento, porque isso confirma sua sensação de ser sempre abandonado.

 

Integrativas

As técnicas em terapia do esquema que visam combater esses esquemas negativos são integrativas e reúnem aspectos cognitivos, comportamentais e vivenciais, variando conforme os esquemas padrões de cada paciente e as necessidades que não foram atendidas.

 

Além de auxiliar o sujeito a suprir suas necessidades emocionais, as técnicas em terapia do esquema buscam fortalecer seus esquemas positivos.

 

Entre esses esquemas positivos a serem fortalecidos, estão realização emocional, sucesso, consideração empática, saúde e segurança básica/otimismo, abertura emocional e espontaneidade.

 

Constam, também, autocompaixão, limites saudáveis/self desenvolvido, pertencimento social, autocontrole saudável/autodisciplina, expectativas realistas, autodirecionamento, interesse próprio/autocuidado saudável, vínculo seguro, autonomia saudável/competência.

 

Autoaplicação

Mais do que utilizadas em contexto clínico, as técnicas em terapia do esquema podem ser autoaplicadas pelos pacientes no seu cotidiano.

 

Um exemplo de técnica para combater o esquema negativo de abandono/instabilidade é escrever uma carta generosa para si próprio, amparando sua criança vulnerável ao longo do texto.

 

Já para o esquema negativo de desconfiança/abuso, uma das técnicas da terapia do esquema é listar pessoas que se mostram seguras para se relacionar e evidências favoráveis dessas relações na vida do indivíduo.

 

Por sua vez, uma das técnicas de enfrentamento do esquema negativo da privação emocional é registrar as emoções principais da semana e os sinais delas.

 

Para o esquema negativo de defectividade/vergonha, uma das técnicas é escrever evidências do próprio valor. E para o esquema negativo de isolamento social/alienação, elencar situações sociais boas já vivenciadas.

 

Dependência

A terapia do esquema ainda oferece técnicas para o combate do esquema negativo de dependência/incompetência, como, por exemplo, listar os maiores medos e traçar estratégias de enfrentamento dos mesmos.

 

Dispõe, também, de técnicas contra a vulnerabilidade ao dano ou à doença, como a pessoa escrever quais são os maiores riscos presentes na sua vida atualmente e quais recursos possui para lidar com eles.

 

Existem várias outras técnicas utilizadas pela terapia do esquema e envolvem o enfrentamento dos esquemas negativos de emaranhamento/self subdesenvolvido; fracasso; arrogo/grandiosidade.

 

Assim como esquemas negativos de autocontrole/autodisciplina insuficiente; subjugação; autossacrifício; busca de aprovação/reconhecimento; negativismo/pessimismo; inibição emocional; padrões inflexíveis/postura crítica exagerada; postura punitiva;

 

Ferramenta

Uma ferramenta que contribui para o combate aos esquemas negativos em contexto clínico e no cotidiano dos pacientes é ‘Técnicas em terapia do esquema: 100 cards para conhecer as necessidades emocionais e evitar esquemas’, de autoria da psicóloga Natanna Taynara Schütz e publicada pela editora RIC Jogos.

 

Auxilia as pessoas a reconhecerem suas necessidades emocionais não atendidas, os esquemas negativos que desenvolveram como consequência, propondo técnicas e estratégias de enfrentamento, visando ao atendimento atual dessas necessidades emocionais.

 

Os cards foram desenvolvidos com base no ‘Manual de técnicas em terapia do esquema’, livro criado por Natanna para auxiliar os profissionais a conduzirem intervenções em terapia do esquema.

 

O material considera técnicas que estão no manual, porém adaptadas para uso dos pacientes e público em geral, além de poder ser explorado de forma dinâmica no contexto clínico durante as sessões.