Síndrome de burnout: Brasil é o segundo em diagnósticos
Estudo da International Stress Management Association (Isma) mostra que o Brasil ocupa o segundo lugar em número de casos diagnosticados de síndrome de burnout, superado apenas pelo Japão, onde 70% da população é afetada. De acordo com dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com o problema.
Desencadeada pelo estresse crônico no trabalho, a síndrome de burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, se caracteriza pela tensão resultante do excesso de atividade profissional. Entre seus sintomas, constam exaustão física e mental, perda de interesse no trabalho, ansiedade e depressão.
A síndrome de burnout passou a ser considerada doença ocupacional em 1º de janeiro de 2022 após sua inclusão na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Na prática, significa que agora estão previstos os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários assegurados no caso das demais doenças relacionadas ao emprego.
Estágios
A síndrome de burnout foi definida nos anos 1970 pelo psicólogo estadunidense Herbert Freudenberger. Ele detectou o transtorno em si mesmo e viu semelhanças em colegas, que, ao vivenciarem uma sobrecarga contínua de trabalho, passavam a tratar seus pacientes com desprezo e negligência.
Freudenberger e a também psicóloga norte-americana Gail North separaram o caminho até o transtorno em 12 estágios, que podem ocorrer em ordem e intensidade diferentes dependendo do caso. Há quem viva vários deles de uma vez ou vá direto para os mais graves.
Os estágios são: compulsão em demonstrar o próprio valor, incapacidade de se desligar do trabalho, negação das próprias necessidades, fuga de conflitos, reinterpretação de valores pessoais, negação de problemas, distanciamento da vida social, mudanças estranhas de comportamento, despersonalização, vazio interno, depressão e esgotamento.
Prevenção
A melhor forma de prevenir a síndrome de burnout envolve estratégias para diminuir o estresse e a pressão no trabalho. Condutas saudáveis evitam o desenvolvimento da doença, assim como ajudam a tratar sinais e sintomas logo no início.
Visando reduzir a ocorrência do esgotamento profissional, é necessário adotar alguns cuidados e medidas que permitem gerenciar de modo mais eficaz o trabalho, a vida pessoal, social e os momentos de descanso e lazer.
Para começar, a organização é fundamental quando o assunto é a redução da sobrecarga de trabalho, pois atrasos são evitados com ela. Da mesma forma, delegar tarefas é importante.
Organizar a rotina diária, incluindo nela momentos de descanso, também é necessário para a prevenção da síndrome de burnout. Nesse caso, são indispensáveis noites de sono, finais de semana e férias.
Por sua vez, as atividades físicas ajudam a controlar o estresse, aliviando a tensão do dia a dia e estimulando a produção de neurotransmissores que causam sensação de bem-estar.
Além de proteger a mente, os exercícios mantêm a saúde física em equilíbrio, trazem mais disposição, regulam o metabolismo, entre vários outros benefícios.
Ferramenta
‘Antiburnout: 100 cards para ajudar você a lidar com o esgotamento profissional’, de autoria dos psicólogos Laura Pordany do Valle e Ramiro Figueiredo Catelan e do psiquiatra Vítor Rocco Torrez, é uma ferramenta para ajudar as pessoas a lidarem com o esgotamento profissional.
Publicada pela editora RIC Jogos, tem conteúdo autoinstrutivo e traz sugestões de manejo, recomendações clínicas e frases de estímulo e apoio. Direcionada às faixas etárias a partir dos 18 anos, pode ser utilizada no contexto clínico e também pelo público geral.