Todo mundo sabe que a adolescência é o período crítico para o desenvolvimento da sexualidade, trazendo muitos desafios para a família, a escola, os profissionais de saúde e, claro, os próprios adolescentes.

 

Sexualidade na adolescência é tema que ainda gera desconforto em pleno século 21. Porém a educação sexual dos jovens é de suma importância uma vez que o esclarecimento de suas dúvidas contribui para a prevenção de uma série de problemas.

 

Crenças e distorções sobre sexualidade dificultam a oferta de informações válidas aos adolescentes, aumentando, assim, a ocorrência de diversas consequências prejudiciais à vida deles, como, por exemplo, gravidez indesejada, infecções sexualmente transmissíveis, violências sexuais e relações abusivas.

 

Nesse contexto, são necessárias orientação e educação adequadas, além do fortalecimento e treinamento de habilidades socioemocionais de assertividade e resolução de problemas sobre as questões que envolvem o desenvolvimento e a vivência da sexualidade na adolescência.

 

Responsabilidade

Muitos pais, educadores e profissionais da saúde se esquivam de dialogar com os jovens sobre sexualidade na adolescência, alguns por vergonha e outros por não se considerarem competentes para os educarem no tema.

 

Tendo em vista a dificuldade sobre discutir o assunto, constantemente se é debatido sobre quem possui a responsabilidade de proporcionar tal orientação. Seria uma tarefa dos pais, dos professores, dos médicos, dos psicólogos ou de quem mais?

 

No entanto, todos os cidadãos e profissionais são responsáveis pela saúde e segurança das crianças e dos adolescentes. Sendo assim, cabe a todos educarem essas populações com responsabilidade.

 

Para isso, é imprescindível buscar informação de qualidade e prestar um tratamento respeitoso e sem julgamentos. Também é importante criar um ambiente receptivo para que a garotada se sinta à vontade e tenha confiança para falar sobre o assunto.

 

Personalidade

Sexo é uma pequena parte da sexualidade, que tem início no nascimento e se estende até a morte. Ela é parte integral da personalidade de cada indivíduo e um aspecto da vida que não pode ser separado dos demais.

 

Nesse sentido, é importante falar de sexualidade desde muito cedo, ou seja, já na primeira pergunta da criança se deve aproveitar a oportunidade e a curiosidade natural para conversar.

 

Baseada em evidências, a publicação ‘Orientações técnicas de educação em sexualidade para o cenário brasileiro: tópicos e objetivos de aprendizagem’, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), propõe o trabalho sobre alguns temas.

 

São eles: relacionamentos; valores, atitudes e habilidades; cultura, sociedade e direitos humanos; desenvolvimento humano; comportamento sexual; saúde sexual e reprodutiva.

 

Ferramenta

Os cards ‘Sexualidade na adolescência, e agora? 100 reflexões e desafios para uma sexualidade saudável’, da editora RIC Jogos, são uma ferramenta desenvolvida para auxiliar educadores e profissionais da saúde a conversarem de forma aberta, honesta e sem julgamentos sobre sexualidade com adolescentes.

 

Tem como objetivos desconstruir crenças disfuncionais e preconceitos reforçados pela sociedade e facilitar a educação sexual, promovendo saúde aos jovens, além de proporcionar recursos necessários para que eles possam lidar com as dificuldades da adolescência no que diz respeito às vivências da sexualidade.

 

De autoria das psicólogas Paula Caldeira, Nathália Garcia e Aline Sardinha, trata-se de um material educativo para ser usado com a faixa etária dos 10 aos 19 anos em contextos como o de orientação e educação sexual ou no setting terapêutico.

 

As cartas apresentam possíveis eventos desafiadores que os jovens podem vivenciar e possuem o intuito de estimular a discussão sobre a sexualidade, avaliar suas habilidades de enfrentamento, orientar sobre o tema e desmitificar mitos sexuais construídos e compartilhados entre eles.