Setembro Amarelo: se precisar, peça ajuda!
Com o lema “Se precisar, peça ajuda!”, o Setembro Amarelo de 2024 está em andamento. Lançada no país pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a iniciativa busca mobilizar a sociedade na luta contra o suicídio, que continua a ser uma das principais causas de morte evitáveis no mundo.
Embora o ponto alto das atividades da campanha ocorra no dia 10 deste mês, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, as ações se estendem durante todo o ano com o objetivo de conscientizar e salvar vidas.
Este ano, o Setembro Amarelo reforça a importância de quebrar o silêncio em torno do tema, incentivando o diálogo e a busca por ajuda em momentos de crise. Ao longo do ano, a campanha disponibilizará materiais educativos e informativos, acessíveis a todos, com o intuito de engajar a sociedade na causa.
Conscientização
Quando alguém decide se suicidar, seus pensamentos, sentimentos e ações apresentam-se muito restritivos, o deixando incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema.
Portanto, é necessário falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem auxílio e entendam que sempre há outra saída.
Além disso, a sociedade como um todo precisa atuar ativamente na conscientização da importância que a vida tem e ajudar na prevenção do suicídio, tema que ainda é visto como tabu.
Informar-se para aprender e ajudar o próximo é a melhor solução para lutar contra esse grave problema. É fundamental que quem está próximo saiba identificar quando alguém está pensando em se matar e ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrando que está disponível e demonstrando empatia, mas principalmente levando-o ao psiquiatra, que vai saber como manejar a situação de forma adequada.
Saúde pública
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é uma questão de saúde pública global, com mais de 700 mil mortes anuais, número que pode ultrapassar 1 milhão se consideradas as subnotificações.
No Brasil, cerca de 14 mil casos são registrados anualmente, o que resulta em uma média de 38 suicídios por dia. Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar segundo a OMS.
Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, principalmente não diagnosticados ou tratados incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso a informações de qualidade e ao tratamento psiquiátrico.
Ferramenta
‘Posvenção e luto por suicídio: 60 cards para refletir e ressignificar a perda’ é uma ferramenta publicada pela RIC Jogos e desenvolvida por meio de pesquisas a respeito de estratégias de posvenção feitas pelo Instituto Vita Alere.
De autoria das psicólogas Karen Scavacini, Érika Perina, Mariana Filippini Cacciacarro, Luciana França e Elis Regina Cornejo, traz perguntas elaboradas a partir de diálogos construídos em grupos de apoio e no atendimento de pessoas e famílias que perderam alguém para o suicídio.
Destinado ao público a partir dos 16 anos, o recurso tem como objetivo promover reflexões diante dos processos de luto por suicídio, além de oferecer acolhimento a todos que, de alguma maneira, foram impactados por essa perda.
A posvenção é definida como qualquer ato apropriado e de ajuda que ocorra após o suicídio com o objetivo de auxiliar os sobreviventes a viverem mais, com mais qualidade e menos estresse que eles viveriam se não houvesse esse auxílio.
A importância desse cuidado justifica-se porque a perda de um ente querido por suicídio pode trazer sentimentos diversos, como tristeza, culpa, raiva, sensação de impotência, além do aumento do risco de suicídio e julgamentos de outras pessoas, por exemplo.