Setembro Amarelo: conversar pode mudar vidas
Com o lema “Conversar pode mudar vidas!”, o Setembro Amarelo de 2025 tem como foco reforçar que o diálogo é uma ferramenta poderosa para acolher quem sofre em silêncio.
Idealizada no final de 2014 por diversas entidades, entre elas a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Centro de Valorização da Vida (CVV), a campanha busca mobilizar a sociedade na luta contra o suicídio, que continua a ser uma das principais causas de morte evitáveis no mundo.
Embora o ponto alto das atividades da iniciativa ocorra no dia 10 deste mês, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, as ações se estendem durante todo o ano com o objetivo de conscientizar e salvar vidas.
Conscientização
Quando alguém decide se suicidar, seus pensamentos, sentimentos e ações apresentam-se muito restritivos, o deixando incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. Portanto, é necessário falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem auxílio e entendam que sempre há outra saída.
Além disso, a sociedade como um todo precisa atuar ativamente na conscientização da importância que a vida tem e ajudar na prevenção do suicídio, tema que ainda é visto como tabu. Informar-se para aprender e ajudar o próximo é a melhor solução para lutar contra esse grave problema.
É fundamental que quem está próximo saiba identificar quando alguém está pensando em se matar e ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrando que está disponível e demonstrando empatia, mas principalmente levando-o ao profissional de saúde mental, que vai saber como manejar a situação de forma adequada.
Saúde pública
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é uma questão de saúde pública global, com mais de 700 mil mortes anuais, número que pode ultrapassar 1 milhão se consideradas as subnotificações.
No Brasil, cerca de 14 mil casos são registrados anualmente, o que resulta em uma média de 38 suicídios por dia. Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar segundo a OMS.
Sabe-se que praticamente 100% dos suicídios estão relacionados a transtornos mentais, principalmente não diagnosticados ou tratados incorretamente. Dessa forma, a maioria poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso a informações de qualidade e ao tratamento da saúde mental.
Ferramenta
“Posvenção e luto por suicídio: 60 cards para refletir e ressignificar a perda” é uma ferramenta publicada pela RIC Jogos e desenvolvida por meio de pesquisas a respeito de estratégias de posvenção feitas pelo Instituto Vita Alere.
De autoria das psicólogas Karen Scavacini, Érika Perina, Mariana Filippini Cacciacarro, Luciana França e Elis Regina Cornejo, traz perguntas elaboradas a partir de diálogos construídos em grupos de apoio e no atendimento de pessoas e famílias que perderam alguém para o suicídio.
Destinado ao público a partir dos 16 anos, o recurso tem como objetivo promover reflexões diante dos processos de luto por suicídio, além de oferecer acolhimento a todos que, de alguma maneira, foram impactados por essa perda.
A posvenção é definida como qualquer ato apropriado e de ajuda que ocorra após o suicídio com o objetivo de auxiliar os sobreviventes a viverem mais, com mais qualidade e menos estresse que eles viveriam se não houvesse esse auxílio.
A importância desse cuidado justifica-se porque a perda de um ente querido por suicídio pode trazer sentimentos diversos, como tristeza, culpa, raiva, sensação de impotência, além do aumento do risco de suicídio e julgamentos de outras pessoas, por exemplo.



