Qual a importância do raciocínio clínico na psicologia?

Todas as ações dos psicólogos demandam um raciocínio clínico, caracterizado por uma atitude avaliativa, compreensiva, integradora e contínua, que deve orientar a atuação nos diferentes campos da psicologia e estar relacionado ao contexto que origina a demanda.
O raciocínio clínico é um processo cognitivo que permite que o terapeuta determine o diagnóstico correto do paciente e adote uma conduta pertinente para o problema apresentado. Em outras palavras, é toda estratégia desenvolvida para encontrar a solução.
É na articulação entre teoria e prática que se constrói o raciocínio clínico. Para uma exímia prática, é necessário articular uma diversidade de informações para se chegar a uma compreensão dos fenômenos psicológicos e conduzir tomadas de decisões clínicas embasadas.
Para desenvolver essa habilidade, são essenciais estudo e atualização constantes, importantes diferenciais para que os profissionais da psicologia sintam-se cada vez mais confiantes em suas decisões e condutas clínicas.
Nas últimas décadas, houve acréscimo de pesquisas que possibilitaram a ampliação da capacidade de compreensão do raciocínio humano e, consequentemente, do raciocínio clínico.
Estudos sobre ciência cognitiva e teoria da decisão aumentaram o conhecimento sobre os processos cognitivos que norteiam as tomadas de decisão diagnóstica e terapêutica.
Terapia do esquema
Desenvolver um raciocínio clínico eficiente, que contemple uma compreensão clara e estruturada do funcionamento de cada paciente e que fundamente assertivamente as intervenções psicoterapêuticas, é o desejo dos terapeutas que visam resultados relevantes.
A terapia do esquema (TE) vem se destacando entre as terapias cognitivo-comportamentais por suas bases robustas, bem estruturadas e coerentes, sendo uma escolha crescente dos profissionais da psicologia como base para a construção de um raciocínio clínico eficiente.
A abordagem terapêutica possibilita um passo a passo claro em que é possível avaliar as necessidades do paciente e as causas de suas queixas. Além disso, a utilização da TE fornece uma estrutura de tratamento que permite constantemente avaliar o ponto de partida, o momento atual e objetivo que se quer alcançar.
Técnicas e estratégias
Existem inúmeras técnicas e estratégias de intervenção disponíveis dentro da terapia do esquema, mas, para aplicá-las de forma coerente e efetiva, é necessário um raciocínio clínico adequado.
Assim, com o objetivo de guiar o terapeuta para o desenvolvimento dos aspectos centrais necessários no raciocínio clínico e considerando necessidades e repertórios específicos de cada paciente, as psicólogas Natanna Taynara Schütz e Rafaela Petroli Frizzo criaram o jogo ‘Raciocínio clínico em terapia do esquema: desenvolvendo na prática a relação terapêutica’.
Publicada pela editora RIC Jogos, a ferramenta dispõe de cartões que orientam o terapeuta acerca da avaliação e intervenção considerando o domínio de necessidades emocionais, esquemas iniciais desadaptativos, esquemas iniciais adaptativos e modos de funcionamento, bem como a forma com que são despertados na relação terapêutica e as posturas assertivas que devem ser adotadas pelo profissional.
O jogo também tem cartas que alertam sobre erros comuns e cuidados importantes para evitá-los. Além disso, conta com uma parte voltada para autoterapia dos clínicos. Por fim, testa os conhecimentos adquiridos ao longo de seu uso.