Os transtornos de ansiedade são aqueles que compartilham características de medo e ansiedade excessivos, assim como alterações comportamentais associadas. Entre os principais tipos, encontram-se o transtorno de ansiedade generalizada (TAG), mutismo seletivo, transtorno de ansiedade de separação, transtorno de pânico, fobias específicas, fobia social e agorafobia.

 

O TAG é o tipo mais comum e frequente, caracterizado por ansiedade e preocupação excessivas, sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes por pelo menos seis meses.

 

Para que ocorra o diagnóstico, o quadro precisa estar associado com três ou mais dos seguintes seis sintomas: inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele, cansaço, falta de concentração, irritabilidade, tensão muscular e dificuldade para adormecer.

 

Mutismo seletivo

No mutismo seletivo, as pessoas não iniciam a conversa ou respondem reciprocamente quando os outros falam com elas em interações sociais. O quadro é mais comum em crianças, mas pode persistir na vida adulta. As situações de relacionamento interpessoal são marcadas por forte sensação de ansiedade e os indivíduos costumam ser prejudicados em suas relações pessoais e desempenho acadêmico ou no trabalho.

 

Assim como o mutismo seletivo, o transtorno de ansiedade de separação é mais comum em crianças, mas existem adultos com o problema, que é caracterizado pelo medo ou ansiedade excessivos em relação à separação por apego, podendo ser com uma pessoa, animais, objetos e até lugares, como a mudança de casa.

 

Quando separadas das figuras importantes de apego, as pessoas diagnosticadas podem apresentar dificuldade em socializar, apatia, tristeza ou dificuldade de concentração. Dependendo da idade, elas também podem criar medos excessivos de animais, monstros, escuro, ladrões, acidentes e outras situações que lhes dão a percepção de perigo.

 

Pânico

O transtorno de pânico é caracterizado por episódios de ataques de pânico recorrentes cuja característica principal é um surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e costuma durar até meia hora.

 

Os sintomas incluem taquicardia, sudoreses, tremores, falta de ar, sensação de asfixia, dores no peito, náusea, tontura, calafrios, parestesias (anestesia ou sensações de formigamento), desrealização (sensações de irrealidade), medo de perder o controle ou “enlouquecer” e medo de morrer.

 

Embora sejam pontuais, os ataques podem se repetir sem gatilhos específicos, o que costuma gerar ansiedade e preocupação para sair de casa em quem sofre do quadro.

 

Fobias

As fobias específicas englobam medo excessivo em situações específicas, como entrar em um elevador, encontrar um rato, estar próximo de janelas altas. A resposta de medo, ansiedade e estresse é automática nesses casos e se repete toda vez que o paciente não consegue evitar a situação. Mas o que diferencia esse quadro do medo comum é a intensidade exagerada dos sintomas.

 

Já a fobia social é o nome dado ao medo ou ansiedade exagerados de ser exposto a possível avaliação por outras pessoas em situações sociais. O desconforto vai além da fala em público, pois indivíduos com o diagnóstico se sentem constrangidos e humilhados simplesmente ao serem observados em atividades comuns, como comer, beber e escrever.

 

E a agorafobia é constatada quando o sujeito tem medo ou ansiedade de espaços que, em geral, não consideram seguros. Nesses casos, a insegurança é desproporcional ao perigo real. Pacientes com esse quadro sentem medo de serem atacados, não conseguirem sair do local em que estão ou não serem socorridos e passam a evitar lugares ou pedirem companhia.

 

Substâncias

Também na lista, está o transtorno de ansiedade induzido pelo uso de substâncias, que ocorre pelo uso excessivo de substâncias como álcool e outras drogas, excesso de cafeína, medicamentos como opioide e anfetamina.

 

Os pacientes diagnosticados com este subtipo de ansiedade têm suas atividades diárias prejudicadas por preocupações excessivas e até ataques de pânico, que acontecem junto ou separadamente do uso das substâncias.

 

Por sua vez, o transtorno de ansiedade devido a outra condição médica é desenvolvido por causa da descoberta (comprovada clinicamente) de uma condição médica, incluindo diferentes doenças e alterações físicas. Podem ocorrer sintomas proeminentes de ansiedade ou ataques de pânico que comprometem o funcionamento social do indivíduo.

 

Ferramenta

A ferramenta ‘Saber de si: 100 perguntas para compreender a ansiedade’ auxilia terapeuta e cliente na identificação da intensidade da ansiedade, o que contribui para que seja traçada uma estratégia para o manejo das emoções e a resolução de problemas.

 

De autoria da psicóloga Jéssica Constantino de Paula e publicado pela editora RIC Jogos, o recurso foi pensado para adolescentes e adultos com o intuito de mostrar a eles de uma forma descontraída que é possível lidar com a ansiedade e, mais ainda, ensiná-los como não duvidarem de suas capacidades, relembrando seu potencial.