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Resumo do Carrinho

    09/10/2023

    Quais são as etapas da terapia cognitivo-comportamental?

    A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem como principal objetivo mudar os sistemas de significados dos pacientes para alterar os sintomas emocionais, fisiológicos e comportamentais prejudiciais. Indicada para todas as idades, incluindo crianças e idosos, tem uma abordagem objetiva, diretiva e eficaz.

     

    Um dos fatores que contribuem para isso é a estrutura clara da sessão, que norteia o trabalho do terapeuta, facilita o entendimento do paciente em relação ao tratamento e contribui para um processo mais positivo.

     

    Como a terapia cognitivo-comportamental enfatiza o papel que as disfunções cognitivas desempenham na origem e na manutenção dos transtornos mentais, tal abordagem envolve a modificação desses pensamentos e crenças disfuncionais que favorecem a presença dos sintomas prejudiciais.

     

    Para isso, o tratamento dos transtornos mentais na TCC envolve um plano de ação individualizado e colaborativo em que as demandas e os objetivos trazidos pelo cliente são considerados para a elaboração das intervenções.

     

    Passo a passo

    A terapia cognitivo-comportamental engloba formulação de caso e conceitualização cognitiva, estabelecimento de objetivos e metas, familiarização ao modelo cognitivo, intervenções cognitivas e comportamentais, prevenção de recaída e término do tratamento.

     

    A formulação de caso é um método e uma estratégia clínica para elaborar uma descrição do problema atual do paciente, uma compreensão de seus padrões mal-adaptativos, uma teoria sobre o porquê e como esses padrões se desenvolveram, bem como uma ou mais hipóteses de quais processos estão mantendo esses padrões ativos.

     

    Por sua vez, a conceitualização cognitiva faz referência específica ao padrão cognitivo da pessoa, envolvendo seus pensamentos automáticos, suas crenças intermediárias e suas crenças nucleares.

     

    Essa etapa envolve entender os problemas apresentados por meio do modelo cognitivo e possibilita que as intervenções sejam pensadas com base nas características apresentadas em cada caso. Além disso, é continuamente revisitada para incorporar novos dados que possam surgir.

     

    Intervenções

    Já as intervenções feitas na TCC visam colocar à prova os pensamentos e as crenças disfuncionais. Juntos, terapeuta e paciente desenvolvem tarefas dentro e fora das sessões para testar a veracidade das interpretações que o indivíduo faz da realidade.

     

    Além dos pensamentos, o manejo dos sintomas comportamentais, fisiológicos e emocionais é levado em consideração.

     

    Por fim, são trabalhados os principais problemas que podem aparecer no futuro e trazer dificuldades, bem como a identificação dos sinais para possíveis recaídas.

     

    O término do tratamento na terapia cognitivo-comportamental também é colaborativo, pois ocorre quando as queixas apresentadas são resolvidas e é observada melhora no quadro.

     

    Caso necessárias, sessões de manutenção podem ser solicitadas, ocorrendo de maneira mais espaçadas. Sendo assim, o fim do tratamento é pensado de modo que se possa garantir a continuidade dos resultados alcançados.

     

    Psicoeducação

    Um ponto fundamental de todo o processo da TCC é a psicoeducação, ou seja, uma proposta de familiarização do cliente com o modelo cognitivo. Dessa forma, no decorrer dos atendimentos, ele é chamado a entender os princípios básicos da abordagem, como funciona o tratamento e quais as intervenções utilizadas.

     

    O objetivo da psicoeducação é dar condições ao sujeito de utilizar tais informações e instrumentos ao longo dos atendimentos e caso volte a apresentar problemas similares no futuro.

     

    Estrutura das sessões

    Na primeira sessão de TCC, é importante discutir com o paciente a respeito do seu diagnóstico, definir quais serão os objetivos do tratamento e começar a focar em um problema específico.

     

    A partir da segunda sessão, é possível dividir os encontros em três partes: inicial, intermediária e final. Nessas etapas, é necessário que o terapeuta saiba identificar um pensamento automático, avaliando se o problema merece atenção redobrada, se é recorrente ou disfuncional. O foco é estimular o indivíduo a pensar em resultados que estejam dentro de seu alcance.

     

    Importante ressaltar que não existe uma estrutura única a ser seguida na terapia cognitivo-comportamental. Mesmo assim, os passos incluem um resumo da sessão anterior, o estabelecimento de uma agenda de cada encontro, além da abordagem dos tópicos escolhidos para a consulta.

     

    Verificar o humor da pessoa também é um cuidado fundamental que deve se estender por todas as etapas. O objetivo é avaliar como o paciente está se sentindo no momento e identificar os sentimentos que predominam em sua mente durante o intervalo entre uma sessão e outra.

     

    Tarefas de casa

    As chamadas tarefas de casa também devem estar presentes em toda a estrutura da sessão em terapia cognitivo-comportamental.

     

    A prática tem relevância no trabalho de reestruturação cognitiva, servindo como uma experiência capaz de questionar a validade das crenças que estão por trás de certos sofrimentos, como aqueles desproporcionais e outras disfunções.

     

    É uma maneira da TCC continuar acontecendo mesmo longe do consultório. Por isso, o profissional precisa adaptá-la conforme o momento que o paciente está vivendo, além de ser uma prática de comum acordo entre ambos.

     

    Ainda é preciso priorizar o feedback, que vai nortear os próximos direcionamentos.

     

    Recursos lúdicos

    Para ajudar pacientes acima de 7 anos a aprenderem sobre as distorções cognitivas e a combatê-las, há recursos lúdicos fundamentados cientificamente na terapia cognitivo-comportamental que podem ser utilizados, seja no contexto familiar, seja no contexto clínico.

     

    Um exemplo é o jogo ‘Como sou? Como me vejo’, de autoria da psicóloga Ariádny Abbud e publicado pela editora RIC Jogos.

     

    A ferramenta apresenta diversas possibilidades de intervenção, entre elas: psicoeducar sobre o modelo cognitivo, psicoeducar sobre as emoções, monitorar o humor, verificar como o paciente se enxerga (visão de si), identificar pensamentos, identificar crenças, fazer reestruturação cognitiva e auxiliar no diagnóstico de transtornos alimentares.