Psicoterapia familiar: em quais demandas é necessária?
A psicoterapia familiar ocorre quando o terapeuta atende os membros de uma família ao mesmo tempo para que compartilhem suas vivências e dialoguem entre si com a mediação profissional.
É indicada quando constatado que há dificuldades mais profundas na interação da família e quando as demandas emocionais, cognitivas e comportamentais de um ou mais de seus integrantes têm íntima relação com a dinâmica familiar.
Importante destacar que a psicoterapia familiar não visa dar atenção a demandas específicas de cada pessoa, mas sim à dinâmica do sistema familiar. Nesse sentido, alguns dos focos principais são a comunicação entre os membros e o desenvolvimento de relações cotidianas mais saudáveis.
No entanto, a psicoterapia familiar não só auxilia a melhorar a dinâmica do grupo, mas também traz efeitos individuais, já que as relações familiares são responsáveis por reforçar e manter vários padrões disfuncionais em seus membros.
Processos cognitivos
Os processos cognitivos, aprendidos ao longo do desenvolvimento do indivíduo, influenciam na atualidade da relação familiar. No entanto, eles podem ser tão inconscientes que os membros da família talvez não identifiquem como os seus próprios modos de pensar influenciam os comportamentos adotados no relacionamento.
Para isso, estratégias que favoreçam o autoconhecimento podem auxiliar na identificação desses elementos de história de vida que se relacionam com as formas de pensar e comportar da família.
Nesse processo de descoberta histórica, a descrição das memórias afetivas e divertidas também pode ser acessada. Facilitar a expressão emocional na família é um aspecto relevante na psicoterapia familiar.
Por meio da atribuição de características a cada um, é possível que os integrantes da família possam expressar como se sentem mediante cada pessoa, possibilitando ao terapeuta observar melhor como se dão as relações ali estabelecidas.
Esses momentos, além de proporcionar conexão familiar, facilitam o alcance dos objetivos em processos terapêuticos, por meio da aprendizagem de habilidades como expressividade emocional e outras.
Habilidades
Para que haja qualidade na relação familiar, algumas habilidades sociais são consideradas essenciais. Uma delas é a comunicação, para que os membros interajam sobre diversas temáticas e conheçam mais um sobre o outro.
Outra habilidade essencial para a qualidade da relação familiar é a automonitoria, para que os indivíduos reconheçam seus próprios comportamentos e pensamentos e os alterem quando necessário.
A capacidade de resolução de problemas também é fundamental, para lidar com situações desafiantes e identificar soluções saudáveis que mantenham a qualidade da relação familiar.
Ainda na lista estão a assertividade, para falar aquilo que se pensa e sente de maneira a não ofender ou ferir os demais membros da família; a expressividade emocional e a empatia, para expressar emoções adequadamente e compreender a experiência emocional do outro.
Ferramenta
O desempenho dessas e de outras habilidades fundamentais é incentivado na ferramenta ‘Relação familiar: 100 cards para pensar e conversar sobre a nossa família’, de autoria dos psicólogos Bruno Luiz Avelino Cardoso e Isabela Pizzarro Rebessi e publicada pela editora RIC Jogos.
Por meio de perguntas reflexivas que facilitam o autoconhecimento e o conhecimento sobre situações específicas da relação familiar, os cards podem ser utilizados tanto em contexto familiar (no cotidiano) quanto terapêutico – com crianças (acima de 6 anos), adolescentes e adultos.