O uso de telas e a saúde mental dos adultos
Na atual cultura globalizada, tecnológica e conectada, o aumento do uso de telas tende a diminuir demasiadamente o tempo que as pessoas dedicam a outras áreas da vida, trazendo prejuízos à saúde mental, entre eles, dependência tecnológica e nomofobia.
A expressão dependência tecnológica foi proposta em 1995 pelo pesquisador norte-americano Mark Griffiths. Para ele, trata-se de uma dependência comportamental relacionada com o uso de telas excessivo e problemático vinculado a diferentes ferramentas tecnológicas, como internet, jogos eletrônicos e mídias sociais.
Independentemente do ambiente virtual em questão, um indivíduo pode ser considerado dependente de uma ou mais formas de tecnologias quando passa a apresentar prejuízos significativos em sua saúde física, psicológica e/ou social.
Os sintomas comumente associados à dependência tecnológica pelo uso de telas incluem declínio acadêmico e profissional, perturbações do sono, mudanças nos padrões de relacionamentos interpessoais, depressão e ansiedade.
Nomofobia
Por sua vez, a nomofobia é um termo que descreve o medo de ficar sem contato com o celular, sendo uma palavra derivada da expressão inglesa no mobile phone phobia.
Tem sido utilizado e estudado desde 2008 para descrever o comportamento de dependência e os sentimentos de angústia e ansiedade que algumas pessoas demonstram quando não têm o celular por perto.
Nem sempre é possível identificar o que leva o indivíduo a sentir fobia por estar longe do celular, mas, em alguns casos, é justificada com o medo de não conseguir saber o que está acontecendo no mundo ou de necessitar de assistência médica e não ter como pedir ajuda.
Os principais sintomas da nomofobia incluem ansiedade quando se fica muito tempo sem usar o celular; necessitar fazer várias pausas no trabalho para utilizá-lo; nunca desligá-lo, nem mesmo para dormir; e acordar no meio da noite para verificá-lo.
Sintomas físicos que parecem estar associados à nomofobia são os de vício, como aumento do batimento cardíaco, transpiração excessiva, agitação e respiração rápida.
Como equilibrar
Nos dias de hoje, é praticamente impossível viver sem o uso de telas, seja no meio social, seja no meio acadêmico e/ou profissional. No entanto, existem algumas atitudes que podem reduzir a dependência tecnológica e, consequentemente, melhorar a saúde mental das pessoas.
Uma delas é utilizar o tempo de lazer de outra maneira, como ler um livro físico, caminhar em parques ou praticar alguma atividade física. A outra é diminuir o uso de telas antes de dormir.
Para quem trabalha o dia inteiro na frente do computador, é aconselhável fazer pequenos intervalos no uso de telas, fechando os olhos por alguns segundos e olhando pela janela, por exemplo.
Ferramenta
Existem ferramentas terapêuticas que ajudam a equilibrar o uso de telas no dia a dia. Uma delas é ‘Mais vida real, menos redes sociais: 100 cards para você repensar sua rotina digital’, de autoria do psicólogo Fernando Elias José e publicada pela editora RIC Jogos.
Para uso nos contextos clínico e familiar, tem como objetivo oportunizar a observação e a reflexão sobre o equilíbrio entre o tempo conectado e o tempo dedicado às relações interpessoais.
Com linguagem acessível, seu conteúdo traz dicas e reflexões baseadas em evidências científicas, auxiliando na compreensão dos processos envolvidos nos hábitos do dia a dia e em como, de forma prática, repensar a rotina de uso das tecnologias e das redes sociais.