O que é o transtorno de insônia e como tratá-lo?
O transtorno de insônia é classificado como um dos transtornos do sono-vigília no Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM). Sua característica essencial é a insatisfação com a quantidade ou a qualidade do sono e queixas de dificuldade para iniciar ou manter o sono. Tal perturbação pode ocorrer durante o curso de outro transtorno mental ou condição médica ou de forma independente.
Entre as consequências funcionais do transtorno de insônia, constam aumento da fadiga e da irritabilidade diária, redução da atenção, da concentração e da memória.
A insônia persistente também está associada a aumento no risco de depressão, ansiedade, transtornos alimentares, hipertensão, infarto do miocárdio, além de interferir nas relações sociais, acadêmicas e profissionais, gerando qualidade de vida insatisfatória, produtividade reduzida, absenteísmo e problemas econômicos.
Características associadas
Com frequência, o transtorno de insônia está associado a um estado de alerta fisiológico e cognitivo e a fatores condicionantes que interferem no sono.
A preocupação com o sono e com o desconforto causado pela incapacidade de dormir pode levar a um círculo vicioso: o esforço que um indivíduo faz para dormir aumenta a frustração, além de prejudicar o sono.
Consequentemente, atenção e esforços excessivos para dormir, que acabam predominando sobre os mecanismos normais da fase inicial do sono, podem contribuir para o desenvolvimento de insônia.
Indivíduos com insônia persistente podem também adquirir hábitos inadequados em relação ao sono, como por exemplo, permanecer tempo excessivo na cama, seguir um horário irregular de sono e cochilar.
Prevalência
O transtorno de insônia é o mais prevalente entre todos os transtornos do sono. Nos ambientes de tratamento primário, aproximadamente 10% a 20% dos indivíduos se queixam de sintomas significativos de insônia.
Cerca de um terço dos adultos relata sintomas de insônia: 10% a 15% experimentam prejuízos diurnos associados e 6% a 10% apresentam sintomas que atendem aos critérios do transtorno de insônia.
A queixa de insônia é mais prevalente em mulheres do que em homens, com uma razão entre gêneros em torno de 1,44 para 1.
Embora, possivelmente, seja um sintoma ou um transtorno independente, a insônia é observada com maior frequência como uma condição comórbida. Por exemplo, 40% a 50% dos indivíduos com insônia apresentam outro transtorno mental.
Embora o início dos sintomas de insônia possa ocorrer em qualquer momento ao longo da vida, o primeiro episódio é mais comum em adultos jovens. Com menos frequência, a insônia se inicia na infância ou na adolescência.
Tratamento
Para combater a insônia, é preciso cuidar da higiene do sono, o que engloba avaliar se as rotinas e os rituais de antes e após dormir estão adequados.
Em casos mais graves, é recomendado o auxílio de um especialista. O tratamento por meio da terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, busca identificar e controlar as causas da dificuldade para dormir, assim como melhorar os hábitos de sono.
Os cards ‘Como enfrentar a insônia: 100 cards para a melhoria do sono e qualidade de vida’, de autoria do psicólogo Fernando Elias José e publicado pela editora RIC Jogos, são uma ferramenta que ajuda a combater a insônia e, consequentemente, oportuniza a melhoria do sono e da qualidade de vida. Para uso familiar e/ou clínico, tem como público-alvo as faixas etárias a partir dos 12 anos.