O que é a reestruturação cognitiva e para que serve?

A reestruturação cognitiva é a base da terapia cognitivo-comportamental (TCC) e tem como objetivos identificar as crenças limitantes do paciente e transformá-las em funcionais, adaptativas e realistas.
Isso porque, para a TCC, a maneira como as pessoas interpretam os acontecimentos influencia o modo como se sentem e se comportam a partir deles.
Sendo assim, por meio de técnicas dinâmicas, a reestruturação cognitiva estimula o indivíduo a desenvolver sua autonomia e enfrentar seus desafios de maneira mais saudável e assertiva.
Identificação
A reestruturação cognitiva deve se ajustar a cada caso, dependendo do problema a tratar em particular e das características individuais dos pacientes. Mas, em resumo, as estratégias são divididas em três momentos: identificação, contestação e modificação.
Então, o primeiro passo para iniciar o processo da reestruturação cognitiva é identificar quais são os pensamentos distorcidos que o sujeito tem, o auxiliando a aumentar a consciência sobre sua própria cognição. Isso pode ser feito por meio de técnicas de exposição e até de relaxamento.
Contestação
A partir do momento em que o paciente está familiarizado com suas distorções cognitivas, é necessário intervir de uma maneira mais específica, ou seja, o terapeuta aparece como uma figura contestadora, que faz diversas perguntas para que o cliente assuma uma postura reflexiva sobre sua vida.
Gradualmente, o terapeuta consegue planejar experiências comportamentais que levam o paciente a avaliar seus pensamentos disfuncionais. Isso torna possível a testagem de diversas crenças, analisando se estão coerentes com a realidade e a situação vivida.
Modificação
A modificação de crenças limitantes é o momento mais esperado da reestruturação cognitiva. Nele, os pacientes desenvolvem uma conclusão sobre a real utilidade dos pensamentos disfuncionais e têm a oportunidade de escolher a continuação do seu uso ou a sua transformação e ressignificação para crenças saudáveis.
Importante ressaltar que o trabalho do terapeuta não é impor a modificação dessas crenças, mas oferecer um espaço de escolha seguro para que o próprio paciente, com suas ferramentas psíquicas fortalecidas, faça a escolha que mais potencializará sua qualidade de vida de forma consciente e realista.
Ferramenta
‘Distorções cognitivas: 100 cards para contestar pensamentos automáticos’, de autoria do psicólogo Júlio Cézar Gonçalves do Pinho e publicada pela editora RIC Jogos, é uma ferramenta que visa apoiar intervenções psicoterápicas de reestruturação cognitiva.
Direcionado ao uso clínico com pacientes a partir dos 18 anos, o recurso oferece um conjunto de questionamentos formulados para explorar e avaliar de modo racional cada cognição distorcida, viabilizando a regulação emocional e do comportamento.