Medo de falar em público: como lidar com ele?

Voz trêmula, mãos suadas, mente em branco. O medo de falar em público raramente se resume a mero nervosismo; ele é sustentado por crenças distorcidas como “vão me julgar”, “não posso errar” ou “não pertenço a este lugar”, criando um ciclo de ansiedade que leva à evitação, reduz a prática e retroalimenta a própria ansiedade.

 

Mesmo pessoas que não se consideram tímidas podem travar diante de contextos avaliativos e apresentações, principalmente quando há baixa autoestima, autocrítica severa, experiências negativas prévias e perfeccionismo. Consequentemente, podem ter prejuízos nos âmbitos pessoal, acadêmico e profissional.

 

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) explica esse fenômeno ao mostrar que pensamentos automáticos catastróficos ativam respostas fisiológicas intensas e comportamentos de fuga, impedindo a correção de crenças por meio de vivências bem-sucedidas.

 

Ferramenta

O jogo ‘Destravando: auxilie o seu paciente a falar em público’, de autoria das psicólogas Juliana Amaral e Jullyanna Cardoso e publicado pela editora RIC Jogos, integra psicoeducação, reestruturação cognitiva, treino de habilidades e exposição gradual em um formato lúdico, de fácil incorporação ao plano terapêutico com adolescentes e adultos.

 

Por meio da ferramenta, o paciente é convidado a identificar crenças, emoções e sensações físicas relacionadas ao palco, tornando visíveis os gatilhos e padrões de pensamento que sustentam sua dificuldade. Ao mesmo tempo, oferece ao terapeuta um caminho prático e fundamentado em evidências para conduzir o indivíduo da paralisia à performance segura e competente, favorecendo a conquista de metas pessoais, acadêmicas e profissionais que envolvem a comunicação em público.

 

O grande diferencial é traduzir os princípios da TCC em um recurso prático, lúdico e estruturado, que conduz a pessoa de forma gradual do mapeamento de crenças e sintomas até a exposição em situações reais.

 

Aplicável em atendimentos individuais ou em grupo e facilmente adaptável a diferentes contextos clínicos, o jogo proporciona métricas objetivas de avanço e reforça a autoconfiança do paciente, tornando o processo terapêutico mais participativo, mensurável e eficiente e transformando o palco em um espaço seguro de experimentação.