Janeiro Branco: o que é e qual sua importância?
O Janeiro Branco é um movimento social dedicado à construção de uma cultura da saúde mental. Criado em 2014 por psicólogos de Uberlândia, Minas Gerais, busca chamar a atenção da sociedade, das instituições e autoridades para as demandas sobre o tema.
A escolha do janeiro está relacionada ao fato de que o primeiro mês do ano inspira as pessoas a fazerem reflexões acerca das suas vidas, suas relações, dos sentidos que possuem, dos seus passados e dos objetivos que desejam alcançar no ano que se inicia. Trata-se de uma espécie de portal entre ciclos que se fecham e ciclos que se abrem.
Já a escolha do branco tem a ver com o fato de simbolicamente representar folhas ou telas em branco sobre as quais é possível projetar, escrever ou desenhar expectativas, desejos, histórias ou mudanças a serem concretizados.
Família
E a saúde mental propagada pelo Janeiro Branco precisa começar a ser estimulada desde cedo dentro de casa, na família, o primeiro espaço social das pessoas.
Antes mesmo de frequentar uma escola ou conhecer seu papel de cidadã, a criança, por meio da família, entra em contato com outras pessoas que compõem seu ambiente de crescimento, além de conhecer regras e aspectos da cultura.
É na família que, provavelmente, ela aprenderá a se comunicar, ouvir e interagir com os demais, além de si mesma, que compartilham o mesmo espaço afetivo e ali constroem vínculos.
O afeto, favorecido pela convivência, impactará o desenvolvimento de outros fatores, como o intelectual e o emocional, até a fase adulta.
Recomendações
A saúde mental também precisa ser estimulada e buscada em todas as outras fases do ciclo de vida das pessoas e nos mais diferentes ambientes, como no meio acadêmico, no trabalho e no convívio social.
Entre as recomendações para o enfrentamento dos desafios da saúde mental no dia a dia, constam reconhecer e acolher receios e medos, procurando outras pessoas de confiança para conversar.
Também é importante retomar estratégias e ferramentas de cuidado que tenham sido usadas em momentos de crise ou sofrimento e ações que trouxeram sensação de maior estabilidade emocional.
Investir em exercícios e ações que auxiliem na redução do nível de estresse agudo, como meditação, leitura, exercícios de respiração e artesanato, são outras importantes ações.
Mais uma recomendação é estimular ações compartilhadas de cuidado, evocando a sensação de pertencimento social, como as ações solidárias e de cuidado familiar e comunitário.
Ainda é fundamental manter ativa a rede socioafetiva, estabelecendo contato, mesmo que virtual, com familiares, amigos e colegas.
Evitar o uso do cigarro, álcool ou outras drogas para lidar com as emoções é outra orientação, assim como buscar um profissional de saúde quando as estratégias utilizadas não estiverem sendo suficientes para a estabilização emocional.
Ferramenta
Os recursos lúdicos são importantes aliados para estimular a saúde mental. Um exemplo são os cards ‘Saber de si: 100 perguntas para compreender a ansiedade’, de autoria da psicóloga Jéssica Constantino de Paula e publicado pela editora RIC Jogos.
O material foi pensado para o público acima dos 16 anos com o objetivo de mostrar a adolescentes e adultos, de uma forma descontraída, que é possível lidar com a ansiedade e, mais ainda, ensiná-los como não duvidarem de suas capacidades, relembrando seu potencial.
Dividido em reflexões terapêuticas e perguntas terapêuticas, convida o paciente a expressar suas emoções e seus pensamentos reprimidos. Por meio das questões, é possível compreender gatilhos e pensar em novas possibilidades.