0

Resumo do Carrinho

    20/11/2023

    Insônia: quais as principais causas e como lidar com ela?

    A insônia é uma das queixas mais comuns relatadas em atenção primária. De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), de cada três brasileiros, pelo menos um tem insônia.

     

    Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, quinta edição, texto revisado (DSM-5-TR), a insônia é a dificuldade de iniciar ou manter o sono ou despertares matinais precoces que levam à insatisfação com a quantidade ou a qualidade do sono.

     

    Sua morbidade significativa indica que se trata de uma condição médica que precisa de tratamento. Isso porque a privação do sono pode trazer graves problemas físicos e mentais.

     

    Cortisol

    Quem dorme pouco ou mal libera várias substâncias prejudiciais ao organismo, entre elas, o cortisol (hormônio do estresse), que, quando em excesso, pode atacar diretamente o sistema cardiovascular.

     

    Outro problema físico é a dificuldade de regular o apetite. Por isso, pessoas que dormem mal tendem a ter piora na qualidade alimentar e, consequentemente, no seu metabolismo.

     

    Já as principais consequências psíquicas da insônia são transtornos como ansiedade, depressão e compulsões alimentares. Pessoas com privação de sono também têm o controle dos impulsos prejudicados e, consequentemente, gastam mais, compram mais, brigam mais.

     

    Sendo assim, a perturbação do sono também leva ao comprometimento das áreas social, ocupacional, educacional, acadêmica, comportamental ou outras áreas importantes de funcionalidade, além de causar sofrimento significativo.

     

    Tipos e causas

    A insônia aguda, também chamada de insônia transitória ou de curta duração, é uma dificuldade para dormir que dura menos três semanas e costuma estar associada a fatores de estresse, como mudanças súbitas no ambiente onde o indivíduo dorme.

     

    Questões como barulhos, temperatura, tipo de colchão, luminosidade, presença de outras pessoas no quarto etc. podem causar insônia durante um curto período, até que o paciente se adapte ao novo ambiente.

     

    Esse tipo de perturbação no sono também pode ser causado por aumento ou redução repentina no consumo de determinadas substâncias, como cafeína, nicotina, álcool e drogas ilícitas.

     

    Outras causas incluem doenças agudas, principalmente aquelas que causam dor, desconforto ou impedem o sujeito de dormir deitado, assim como estresses psicológicos, como divórcio, perda do emprego, falecimento de um familiar, discussões, pressões profissionais.

     

    Uso ou suspensão de certos medicamentos que agem no sistema nervoso central, como antidepressivos ou ansiolíticos, também podem gerar insônia aguda, que costuma se resolver sozinha após algumas semanas ou quando o fator estressor é eliminado.

     

    Crônica

    Por sua vez, a insônia crônica ocorre quando o indivíduo tem dificuldade para dormir em, pelo menos, três dias da semana por mais de quatro semanas seguidas. Muitas vezes, fica vários dias sem conseguir dormir bem e, depois, apresenta uma noite isolada de bom sono.

     

    As causas mais comuns para insônia crônica são má higiene do sono, o que engloba um conjunto de ações ao longo do dia que favorecem o início do sono à noite.

     

    Entre elas, consumir cafeína à noite, praticar atividades físicas logo antes de dormir, não dormir na mesma hora todo dia, tirar vários cochilos durante o dia, principalmente após as 15 horas, jantar muito tarde à noite, ficar estudando ou trabalhando até tarde.

     

    Diagnóstico e tratamento

    O diagnóstico da insônia é feito, principalmente, por meio de entrevista com o paciente. Diários de sono, actigrafia e polissonografia podem ajudar a confirmar.

     

    E a identificação adequada das causas é essencial, pois as intervenções variam e podem ser prejudiciais em alguns casos se o diagnóstico for incorreto.

     

    Para combater a insônia, é preciso cuidar da higiene do sono, o que engloba avaliar se as rotinas e os rituais de antes e após dormir estão adequados.

     

    Entre os hábitos a serem adotados, está a redução da luminosidade, pois fica muito difícil dormir quando a casa tem muitas lâmpadas, muitas luzes ou muitos estímulos.

     

    Entre esses estímulos, o principal hoje é o celular. O uso de smartphones, tablets ou computadores em excesso pode dificultar para o cérebro perceber que é preciso dormir.

     

    Comer em excesso também pode gerar um fator de ativação no cérebro e dificultar o sono. Da mesma forma, ficar em jejum por muito tempo leva à insônia. Então, à noite, é essencial comer algo leve e com baixa caloria.

     

    Outro aspecto é reduzir o barulho. Pessoas que moram em regiões muito barulhentas precisam cuidar do ambiente da maneira que for possível, seja fechando a janela, seja usando vedação. Em situações nas quais isso é inviável, é indicado uso de tampões nos ouvidos.

     

    O gerenciamento do uso de substâncias que possam atrapalhar o sono também é importante. Café, energéticos, chás ativadores, pré-treinos e, inclusive, remédios que as pessoas utilizam de forma inadequada para ter mais energia durante o dia podem prejudicar a qualidade do sono à noite.

     

    Terapia e ferramenta

    Em casos mais graves de insônia, é recomendado o auxílio de um profissional da saúde mental. O tratamento por meio da terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, busca identificar e controlar as causas da dificuldade para dormir, assim como melhorar os hábitos de sono.

     

    Os cards ‘Como enfrentar a insônia’, de autoria do psicólogo Fernando Elias José e publicado pela editora RIC Jogos, são uma ferramenta que ajuda a combater a insônia e, consequentemente, oportuniza a melhora do sono e da qualidade de vida. Para uso familiar e/ou clínico, tem como público-alvo as faixas etárias a partir dos 12 anos.