Gestação e pós-parto: como cuidar da saúde mental da mulher?
Ansiedade, estresse e depressão podem afetar a saúde mental da mulher no período da gestação e do pós-parto. Por isso, a importância de um pré-natal psicológico que previna ou minimize seu sofrimento.
A decisão de aumentar a família envolve muitas mudanças, como hormonais, econômicas, de rotina do lar e trabalho. Tudo isso contribui para o surgimento de angústias e desregulação emocional.
Ao contrário da crença popular de que a gravidez é um momento de alegria para todas as mulheres, a literatura e a prática mostram que a maioria delas encontra algum nível de sofrimento psíquico, físico e social no período pré e pós-parto.
Nessas fases, normalmente, observa-se uma vivência relativamente contínua de tristeza ou de diminuição da capacidade de sentir prazer que pode ser transitória ou se tornar crônica caso não haja assistência adequada.
Especificamente no puerpério, as alterações hormonais, a lactação e a sensação de impotência diante de novas realidades – advindas da chegada do novo ser na sua vida, da privação do sono, do incremento de responsabilidades no lar, do pouco preparo nas fases anteriores ao parto – promovem alterações no comportamento de grande parte das mães.
Além disso, podem acarretar problemas recorrentes na sua saúde psíquica, assim como repercutir no desenvolvimento da criança.
Diagnóstico precoce
No entanto, todos esses eventos psíquicos na gestação e no pós-parto podem ser mitigados e com maior sucesso se precocemente diagnosticados.
O psicólogo obstétrico/perinatal tem conhecimento específico para atuar com as questões que envolvem toda a transição para a parentalidade, como planejamento familiar, gestação, parto, pós-parto, estimulação ao desenvolvimento infantil e programas que incentivem boas práticas parentais.
A psicologia perinatal ainda é recente no Brasil, e são poucos os profissionais que trabalham nessa área. Por esse motivo, ainda não é muito comum que as mulheres procurem ajuda profissional nesse período da vida.
Porém, ao passarem por inúmeras dificuldades, desafios, dúvidas e adoecimento psíquico, tais pacientes acabam recorrendo ao serviço de psicologia. Muitas delas, entretanto, têm dificuldade de expor seus sentimentos em consultas convencionais.
Ferramenta
Nesse contexto, a ferramenta ‘Quem sou eu na maternidade? 100 cards para autoconhecimento durante a gestação e o pós-parto’, de autoria da psicóloga Christina Ribeiro de Paula Bueno e publicada pela editora RIC Jogos, foi desenvolvida para auxiliar no diagnóstico precoce das alterações emocionais em pacientes gestantes ou que estão vivenciando o pós-parto.
Cada card apresenta questionamentos que correspondem a um conjunto de comportamentos adotados pela mulher ao longo da sua história desde a decisão de aumentar a família, passando pelo parto e chegando nos primeiros dias após o nascimento do bebê.