A comunicação assertiva é a chave para um relacionamento amoroso saudável e duradouro e envolve expressar ao parceiro emoções, sentimentos e pensamentos de maneira clara, honesta, adequada e sem feri-lo, buscando sempre uma resolução.

 

Pode parecer estranho, mas emoções, sentimentos e pensamentos raramente são expressos adequadamente nos relacionamentos amorosos, inclusive se a música alta do outro está incomodando, por exemplo.

 

A tendência é os casais andarem pelos caminhos mais conflituosos quando surge a necessidade de transmitir algo, como falar indiretas e esperar que o outro as interprete corretamente, irritando-se quando isso não ocorre.

 

Consequentemente, a agressão surge e faz com que o tom de voz se altere, levando a brigas e gritos. E quando ambos gritam, ninguém se ouve.

 

Ficar calado quando algo incomoda também é contraproducente, pois pode acabar em uma explosão de raiva futuramente.

 

Para evitar situações como essas, é importante avaliar possíveis obstáculos que impeçam o casal de estabelecer uma comunicação assertiva e utilizar os momentos incômodos como oportunidades para trabalhá-la.

 

Da mesma forma, é de extrema importância para o relacionamento que o canal de comunicação esteja sempre aberto, com o uso de palavras objetivas, impossibilitando a necessidade de outros meios para expressar o sentimento em relação ao parceiro.

 

Rotina

Ações pequenas e simples fazem parte da comunicação assertiva num relacionamento amoroso e precisam ser incorporadas à rotina diária para que sejam eficazes. Dessa forma, pouco a pouco, é construída uma intimidade na qual a confiança mútua cresce.

 

Alguns exemplos de atitudes cotidianas a serem adotadas para a comunicação assertiva incluem não ver o parceiro como inimigo e falar o que se sente ou pensa de forma respeitosa.

 

Também é importante que cada um aprenda a falar na primeira pessoa, por si próprio, em vez de somente culpar o outro. Isso ajuda a assumir a responsabilidade pelas próprias emoções e a verbalizá-las. Uma dica é usar palavras como “eu sinto” ou “eu percebo”.

 

A comunicação assertiva ainda engloba saber ouvir com atenção e genuinamente o que o parceiro tem a dizer, assim como pensar muito bem antes de falar.

 

Perguntar

Perguntar em vez de agredir é mais uma dica que contribui para a comunicação assertiva no relacionamento amoroso.

 

Por exemplo, se um dos cônjuges diz que o outro é muito desorganizado, cabe ao “acusado” perguntar como pode melhorar essa sua característica. Dessa forma, será possível iniciar um diálogo que levará a uma solução harmônica.

 

Diante de uma discussão, uma sugestão importante é respirar, manter a calma e pensar antes de falar, para não invalidar a mensagem que precisa ser passada e nem gerar um conflito real.

 

Também é necessário ter empatia, ou seja, se colocar no lugar da outra pessoa. E não acumular reclamações. É preferível expressar o que está incomodando no momento em que se sente e não em uma conversa na qual o assunto seja outro.

 

Ferramenta

Algumas ferramentas contribuem para a comunicação assertiva e podem ser utilizadas tanto no contexto clínico quanto familiar. Uma delas é ‘Comunicasal: 50 cards terapêuticos para comunicação assertiva entre o casal’, de autoria do psicólogo Cleber de Souza Borges e publicada pela editora RIC Jogos.

 

Com base na terapia cognitivo-comportamental (TCC), tem como objetivo auxiliar no desenvolvimento de estratégias de resolução de conflitos, na melhora da comunicação entre parceiros, no resgate do respeito, em quebrar a rotina, estabelecer metas realistas, entre outros.

 

Estes cards convidam as pessoas a olharem para si mesmas e a refletirem. O conteúdo conta com o reconhecimento de variados gatilhos de comunicação do cotidiano, atividades colaborativas de interação e propostas de diálogo sobre as relações sexuais.