Passar pelas festas de fim de ano após perder alguém que se ama pode ser muito difícil. Para lidar com o luto nesse período de festividades, é preciso ter mente que não há maneira certa ou errada, mas existem formas de amenizar a dor.

O final de ano é uma época marcada pelas celebrações do Natal e de ano-novo, pela temporada de férias e a chance de se reunir com a família e os amigos. No entanto, pode ser complicado lidar com as comemorações ao mesmo tempo em que se encara uma cadeira vazia.

O luto é necessário para sentir a dor e racionalizar a perda de forma que as lembranças positivas possam ser mantidas sem que sejam dolorosas em um segundo momento.

Atitudes
Passar por esse sofrimento não é nada fácil e tampouco existe um manual que ensine como se desvencilhar dele mais rápido. Entretanto, algumas atitudes podem ser tomadas no final do ano que ajudam a melhorar o bem-estar emocional e a lidar com a situação.

Uma delas é a pessoa enlutada respeitar seu tempo e seu momento. Se ela sentir que não está preparada para entrar no clima de comemoração, como montar a árvore de Natal e enfeitar a casa, está tudo bem deixar isso passar. É preciso dar a si mesma permissão para não fazer as coisas que está achando difícil fazer.

Outra ação importante é se permitir sentir. Todas as emoções, desde a raiva até o alívio, são absolutamente normais na fase do luto. A pessoa enlutada precisa entender que o que está sentindo é válido e que os dias que antecedem as datas comemorativas podem aumentar sua tristeza.

Sem culpa
Não se sentir culpada por momentos de felicidade em meio à tristeza também é necessário. Não há problema em rir e se divertir mesmo quando o luto é algo recente. Se houver um instante de distração e alegria entre os amigos, familiares ou na própria companhia, é preciso aproveitá-lo.

Conversar com alguém ou escrever pensamentos e emoções em um diário são outras atitudes que podem ajudar a lidar com o luto na época das festas de fim de ano, assim como fazer uma homenagem à pessoa que se foi caso o enlutado sentir vontade.

Contar com amigos e familiares é fundamental no período de luto, mas a procura por um profissional da saúde mental também pode ser necessária em alguns casos para evitar que transtornos mentais como a depressão se estabeleçam e para equilibrar as emoções e buscar qualidade de vida.

Ferramentas
Há ferramentas terapêuticas que também podem ajudar nesses momentos de luto e de festejos de final de ano. Uma delas é ‘Acolhimento – luto e perdas: 100 cards para auxiliar na elaboração dos momentos difíceis’, de autoria dos psicólogos Laura Pordany do Valle e Ramiro Figueiredo Catelan e do psiquiatra Vítor Rocco Torrez.

Nesse material, publicado pela editora RIC Jogos, há dicas, pensamentos e estratégias de autoajuda baseados em evidências científicas para o manejo do sofrimento decorrente das perdas. O conteúdo é autoinstrutivo.

Outro recurso terapêutico da RIC Jogos disponível é ‘Posvenção e luto por suicídio: 60 cards para refletir e ressignificar a perda’, de autoria das psicólogas Karen Scavacini, Érika Perina, Mariana Filippini Cacciacarro, Luciana França e Elis Regina Cornejo.

Foi desenvolvido por meio de pesquisas a respeito de estratégias de posvenção do Instituto Vita Alere. As perguntas foram elaboradas a partir de diálogos construídos em grupos de apoio e no atendimento de pessoas e famílias que perderam alguém para o suicídio.

As cartas têm como objetivo promover reflexões diante dos processos de luto por suicídio, além de oferecer acolhimento a todos que, de alguma maneira, foram impactados por essa perda.