Burnout: como começa e quais são os cuidados para prevenção
Síndrome de burnout ou síndrome do esgotamento profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.
Traduzida do inglês, a palavra burn quer dizer queima e a palavra out significa exterior. Trata-se de uma síndrome comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, entre outros.
A síndrome de burnout foi definida nos anos 1970 pelo psicanalista Herbert Freudenberger. Ele detectou o transtorno em si mesmo e viu semelhanças em colegas, que, ao vivenciarem uma sobrecarga contínua de trabalho, passavam a tratar seus pacientes com desprezo e negligência.
Porém, mesmo conhecido há meio século, o transtorno só entrou na lista de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019.
Estágios
Freudenberger e a também psicanalista Gail North separaram o caminho até o transtorno em 12 estágios, que podem ocorrer em ordem e intensidade diferentes dependendo do caso. Há quem viva vários deles de uma vez ou vá direto para os mais graves.
Os estágios são: compulsão em demonstrar seu próprio valor, incapacidade de se desligar do trabalho, negação das próprias necessidades, fuga de conflitos, reinterpretação de valores pessoais, negação de problemas, distanciamento da vida social, mudanças estranhas de comportamento, despersonalização, vazio interno, depressão e esgotamento.
Sintomas
Os principais sinais e sintomas que podem indicar a síndrome de burnout incluem fadiga física e mental, dor de cabeça frequente, alterações no apetite e no sono, pressão alta, dores musculares, problemas gastrointestinais, irregularidades nos batimentos cardíacos e sudorese.
Também são observadas mudanças repentinas de humor, dificuldades de concentração, negatividade constante, assim como sentimentos de derrota, fracasso, desesperança, insegurança e incompetência, além de isolamento. Crises de pânico também podem ocorrer.
Normalmente esses sintomas surgem de forma leve, o que faz com que muitas pessoas pensem que pode ser algo passageiro. A tendência, no entanto, é piorarem com o passar do tempo e, ao atingirem o ápice, incapacitarem o indivíduo no trabalho e o prejudicarem também na vida pessoal, acadêmica e social.
O esgotamento profissional pode, ainda, resultar em depressão profunda e, por isso, é essencial procurar apoio profissional no surgimento dos primeiros sintomas. O tratamento engloba psicoterapia e, se necessário, medicamentos. Nos casos mais graves, pode haver internação.
Prevenção
A melhor forma de prevenir a síndrome de burnout envolve estratégias para diminuir o estresse e a pressão no trabalho. Condutas saudáveis evitam o desenvolvimento da doença, assim como ajudam a tratar sinais e sintomas logo no início.
Visando reduzir a ocorrência do esgotamento profissional, é necessário adotar alguns cuidados e medidas que permitem gerenciar de modo mais eficaz o trabalho, a vida pessoal, social e os momentos de descanso e lazer.
Para começar, a organização é fundamental quando o assunto é a redução da sobrecarga de trabalho, pois, por meio dela, atrasos são evitados. Da mesma forma, delegar tarefas é importante.
Organizar a rotina diária, incluindo nela momentos de descanso, também é necessário para a prevenção da síndrome de burnout. Nesse caso, são indispensáveis noites de sono, finais de semana e férias.
Por sua vez, as atividades físicas ajudam a controlar o estresse, aliviando a tensão do dia a dia e estimulando a produção de neurotransmissores que causam sensação de bem-estar.
Além de proteger a mente, os exercícios mantêm a saúde física em equilíbrio, trazem mais disposição, regulam o metabolismo, entre vários outros benefícios.
Ferramenta
‘Antiburnout – 100 cards para ajudar você a lidar com o esgotamento profissional’, de autoria dos psicólogos Laura Pordany do Valle e Ramiro Figueiredo Catelan e do psiquiatra Vítor Rocco Torrez, é uma ferramenta que pode ser utilizada para ajudar as pessoas a partir dos 18 anos a lidarem com o esgotamento profissional.
Publicada pela editora RIC Jogos, tem conteúdo é autoinstrutivo e traz sugestões de manejo, recomendações clínicas e frases de estímulo e apoio. O material pode ser utilizado no contexto clínico e também pelo público geral.