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Resumo do Carrinho

    10/02/2023

    Autocompaixão: importância de cuidar de si

    Na psicologia, a autocompaixão significa a capacidade de ser menos crítico e mais tolerante consigo mesmo, o que possibilita uma visão mais realista da situação no enfrentamento do autocriticismo.

    A autocompaixão implica ser gentil e tratar a si próprio com empatia, sem se criticar ou se julgar pelos erros, o que faz com que a pessoa permaneça motivada, sem se preocupar excessivamente com o sucesso ou o fracasso em tudo que faz ou deixa de fazer.

    Além do mais, representa uma habilidade no âmbito da inteligência emocional e permite que o indivíduo abra espaço para se conhecer, se cuidar e dar importância a tudo o que lhe acontece.

    Desenvolver autocompaixão é, portanto, fundamental à saúde plena. No entanto, muitas vezes, as pessoas acabam sendo mais acolhedoras e generosas com os outros do que consigo mesmas, o que pode levar ao adoecimento físico e mental.

    Componentes básicos
    Autocompaixão é uma forma de perceber o próprio sofrimento e de fornecer a si mesmo elementos como felicidade, otimismo e bondade. Essa teoria, desenvolvida pela psicóloga e professora norte-americana Kristin Neff, engloba três componentes básicos: ser consciente com atenção plena, ser bondoso consigo e ser consciente da própria humanidade.

    A ciência sugere que o autocriticismo fecha os centros de aprendizado do cérebro, roubando os recursos necessários para aprender e crescer. O autojulgamento e a vergonha exagerados forçam as pessoas a repetirem ciclos viciosos em vez de ajudarem a formar novos comportamentos saudáveis. Além disso, minam a crença do indivíduo em si.

    Nesse contexto, a alternativa é a autocompaixão como hábito de vida, o que significa gentileza e cuidado com o próprio sofrimento. Pesquisas sugerem que uma atitude de bondade consigo mesmas fortalece a capacidade das pessoas de aprenderem com seus erros, o que pode expandir suas perspectivas e torná-las mais criativas e engenhosas.

    Indivíduos que são mais gentis com si próprios estão melhor equipados para progredir em direção aos seus objetivos.

    Sistemas
    Quando as pessoas são autocompassivas e não se envergonham, são capazes de enfrentar suas adversidades de frente com todos os recursos que têm disponíveis.

    A autocompaixão também está associada à liberação de ocitocina, conhecida como o hormônio do amor (que promove conexão e segurança), o que reduz o sofrimento e aumenta os sentimentos de cuidado e apoio.

    Como propõe o psicólogo e pesquisador britânico Paul Gilbert, criador da terapia focada na compaixão (TFC), quando os indivíduos praticam autocompaixão, estão desativando o sistema de defesa contra ameaças e ativando o sistema de cuidado em seus corpos.

    Esse efeito calmante pode ajudar em momentos difíceis que exigem mudanças na vida, servindo como uma poderosa fonte de força e resiliência.

    Passos necessários
    Adotar a autocompaixão como hábito de vida, no entanto, requer prática. Conforme Kristin Neff, o primeiro passo é a atenção plena, ou seja, aprender a prestar atenção às próprias experiências, momento a momento, sem julgá-las.

    Afinal não é possível ser gentil consigo mesmo a menos que se reconheça que se está sofrendo. Em tempos difíceis, a atenção plena ajuda o indivíduo a fazer uma pausa, respirar e ver claramente a sua dor.

    O segundo passo é a bondade, pois a autocompaixão acrescenta o toque suave de cuidado quando as pessoas estão sofrendo.

    E o terceiro passo que deve ser dado pelos indivíduos é reconhecerem sua humanidade comum, o que os lembra que não estão sozinhos em sua dor.

    Ferramenta
    ‘Autocompaixão – 100 cards’, de autoria das psicólogas Luana Ribeiro e Maria Eduarda de Freitas, é uma ferramenta que pode ser utilizada para o desenvolvimento da autocompaixão.

    A publicação da editora RIC Jogos tem como objetivo treinar uma mente autocompassiva que gere satisfação com a vida, promova sentimentos de conexão social, estimule a iniciativa pessoal e desenvolva o afeto positivo.

    Para uso clínico ou fora do consultório, o recurso possibilita que o paciente tenha uma nova perspectiva de praticar a gentileza consigo e, assim, enfraquecer os sentimentos negativos e os pensamentos autocríticos.