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Resumo do Carrinho

    18/03/2024

    Uso de substâncias na adolescência: fatores de risco

    Álcool, nicotina e maconha são as substâncias mais usadas na adolescência, seja de forma esporádica ou abusiva. As consequências agudas e a longo prazo variam de leves a potencialmente fatais, dependendo da substância, circunstâncias e frequência de uso.

     

    Entretanto, mesmo o consumo ocasional de substâncias pode colocar adolescentes em maior risco de danos significativos, incluindo overdoses, acidentes de trânsito, comportamentos violentos e consequências do contato sexual, como gravidez e infecções sexualmente transmissíveis.

     

    O uso de substâncias na adolescência também pode interferir no desenvolvimento encefálico e está associado a taxas mais altas de dependência química e de transtornos mentais.

     

    Causas

    Adolescentes usam substâncias por diversas razões, entre elas, para compartilhar uma experiência social ou se sentir parte de um grupo social, aliviar o estresse, buscar novas experiências, assumir riscos e aliviar sintomas de transtornos como depressão, ansiedade e déficit de atenção/hiperatividade, depressão (TDAH).

     

    Os fatores de risco adicionais incluem baixo autocontrole e falta de controle parental. As atitudes e o exemplo que os pais dão em relação ao seu próprio uso de álcool, tabaco ou drogas de prescrição e outras substâncias são influências poderosas.

     

    A sociedade e a mídia retratam o ato de beber como aceitável, em voga ou mesmo como um mecanismo saudável para controlar o estresse e a tristeza. Apesar dessas influências, os pais ou outros responsáveis podem fazer a diferença, transmitindo expectativas claras para o adolescente sobre beber, definindo limites de forma consistente e monitorando.

     

    Por outro lado, adolescentes cujos familiares bebem excessivamente podem achar que esse comportamento é aceitável. No entanto, começar a beber em idade jovem e fatores genéticos são fatores de risco para o desenvolvimento do alcoolismo.

     

    Por sua vez, a maioria dos adultos tabagistas começa a fumar durante a adolescência. Se os adolescentes não tentam fumar antes dos 19 anos, é muito improvável que eles se tornem tabagistas na idade adulta.

     

    Os fatores de risco mais fortes para adolescentes tabagistas são pais que fumam (o fator mais preditivo) ou colegas e ídolos/celebridades que fumam.

     

    Sintomas

    Os principais sintomas de transtornos por uso de substâncias em adolescentes incluem comportamento errático, depressão ou alterações de humor, mudança nas amizades, desempenho escolar em declínio, perda de interesse em passatempos. O diagnóstico é feito com base em critérios clínicos.

     

    Normalmente, os adolescentes com transtorno moderado ou grave por uso de substâncias são encaminhados para avaliação adicional e tratamento, muitas vezes por um especialista em saúde comportamental ou, em alguns casos, a um programa especializado em tratamento de transtornos por uso de substâncias.

     

    Além da psicoterapia com profissional especializado, fármacos para tratar os sintomas de abstinência resultantes da interrupção do uso de nicotina, tetrahidrocanabinol (THC) e outras substâncias estão disponíveis para adolescentes e podem ser prescritos por um médico.

     

    Ferramenta

    Atividades terapêuticas lúdicas também podem ser utilizadas como ferramentas no tratamento de casos de pacientes adictos, seja para psicoeducação, seja para o treino de habilidades de tolerância ao mal-estar.

     

    O jogo de tabuleiro ‘Detox game: caminhando nas trilhas da abstinência’, criado pelos psicólogos Dan Roger Pozza e Renata Brasil Araujo, é um recurso para psicoeducar sobre os principais conceitos trabalhados na dependência química, como fissura, lapso, situações de risco, estratégias de enfrentamento, mudança de hábitos, atitudes e abstinência.

     

    A partir da interação de cada jogador com as situações trabalhadas e com as trocas com os demais participantes, a psicoeducação é complementada ao explorar as reações, os comportamentos-problemas, as dificuldades e as fragilidades expostas durante a partida.