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Resumo do Carrinho

    04/03/2024

    TDAH na infância: quais os sintomas e como intervir?

    O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é neurobiológico e de causas genéticas. Aparece na infância e pode, em até 50% dos casos, acompanhar a pessoa por toda vida.

     

    As principais características do TDAH na infância são dificuldade de manter a concentração em uma tarefa, agitação constante e impulsividade.

     

    Segundo dados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), o TDAH afeta cerca de 5% das crianças de 6 a 12 anos.

     

    O maior número de diagnósticos de meninos pode estar relacionado ao fato de eles apresentarem mais sintomas de hiperatividade, tornando o prejuízo no rendimento escolar e em casa mais visível, levando à procura do atendimento especializado.

     

    Já no caso das meninas, o mais comum é o sintoma de desatenção. Por não ser tão evidente quanto a hiperatividade, acaba por incomodar menos quem está em volta e, na maioria das vezes, sendo considerado apenas um traço da personalidade da criança.

     

    Cérebro

    O TDAH está relacionado a alterações na região frontal do cérebro, a qual é responsável por inibir comportamentos inadequados, além de estar encarregada da memória, atenção, organização, do autocontrole e planejamento.

     

    Para que pais ou outros responsáveis identifiquem o TDAH na infância, precisam considerar suas três subcategorias: predominantemente desatento, predominantemente hiperativo/impulsivo ou um combinado dos dois.

     

    No primeiro caso, a criança demonstra muita dificuldade de manter o foco, se perde nos próprios pensamentos, pode vir a mostrar desinteresse em atividades do dia a dia e também sofre com lapsos de memória.

     

    O aluno com o tipo predominantemente desatento de TDAH na infância é visto como o ‘avoado’ da classe, tem dificuldades para escutar o que lhe dizem e, por consequência, de absorver os conteúdos apresentados em sala de aula.

     

    Sem conseguir se organizar nas tarefas, perde atenção muito rápido nos exercícios que exigem um esforço mental por mais tempo e perde objetos com frequência.

     

    Impulsividade

    Já na segunda subcategoria, os pequenos são muito inquietos e suas ações costumam ser impulsivas e imaturas, sem uma avaliação dos perigos.

     

    Também é comum que as crianças com TDAH do tipo hiperativo tenham temperamentos mais explosivos. Na escola, não conseguem ficar sentadas por muito tempo e, quando precisam, tendem a ficar se contorcendo ou mexendo as mãos e os pés.

     

    Outro comportamento muito visto que se enquadra nessa subcategoria é a dificuldade em participar de atividades de natureza mais calma. Muito falantes, esses indivíduos também tendem a interromper os outros durante uma conversa por não terem paciência para aguardar a sua vez de falar.

     

    Por fim, deve-se levar em conta que o tipo combinado de TDAH mistura esses comportamentos.

     

    Graus

    Também é possível classificar o TDAH conforme os graus leve, moderado e grave. Nas crianças que possuem o transtorno em grau leve, ainda que presentes, os sintomas são poucos e quase não afetam sua vida social e escolar.

     

    No grau moderado, os sintomas são percebidos de forma mais nítida e interferem um pouco mais na vida do pequeno. Já nas crianças que apresentam o transtorno no seu grau mais alto, os sintomas são muitos e trazem grandes dificuldades para o seu desempenho escolar e nas suas relações pessoais.

     

    Diagnóstico

    São naturais na infância traços de impulsividade, distração, agitação ou até mesmo introspecção. O que direciona um diagnóstico de TDAH é o prejuízo social ou escolar gerado por uma combinação de sintomas.

     

    Crianças devem apresentar pelo menos seis sintomas específicos de desatenção e seis de hiperatividade ou impulsividade identificados por um profissional.

     

    O diagnóstico é feito de forma multidisciplinar em que a criança pode receber atendimento de diversos profissionais: neuropsicólogo, neurologista, fonoaudiólogo, psiquiatra e psicólogo. Sempre considerando as necessidades específicas do seu quadro clínico.

     

    Tratamento

    O passo seguinte é a estruturação do tratamento do TDAH por meio de propostas terapêuticas que tragam alívio dos sintomas, geralmente unindo psicoterapia e psicofarmacologia.

     

    A terapia cognitivo-comportamental (TCC) vem se mostrado uma abordagem eficaz no tratamento do TDAH na infância. Também pode ser indicada a terapia ocupacional, que faz uso de atividades recreativas.

     

    Por sua vez, o fonoaudiólogo tem o papel de auxiliar na aprimoração das habilidades de comunicação oral, pois algumas crianças com TDAH também podem apresentar dislexia.

     

    Em qualquer que seja o caso, a participação da família é fundamental para a eficácia do tratamento.

     

    Ferramenta

    Os recursos lúdicos são importantes aliados no tratamento do TDAH na infância. É o caso do jogo de cartas ‘Caçando expressões: trabalhando a agilidade visual e a identificação de emoções’, de autoria da psicóloga Sonia Moretti e publicado pela editora RIC Jogos.

     

    Para uso familiar e profissional com crianças a partir dos 3 anos, a ferramenta tem como objetivos trabalhar a identificação das expressões faciais, conversar sobre elas e estimular a agilidade visual (rastreio visual), a atenção e a percepção (características pessoais). Também é indicada para uso com crianças com transtorno do espectro autista (TEA).