Distúrbios do sono se referem a um conjunto de condições e doenças que afetam diferentes aspectos do sono de uma pessoa, tais como qualidade, duração, horário, início e continuidade.

 

Os distúrbios do sono são causados por diferentes fatores, alguns internos – como a genética – e outros externos, como o estresse. E mesmo as causas sendo diferentes, todas produzem o mesmo resultado: diminuição da qualidade de vida.

 

Entre os fatores médicos que geram distúrbios do sono, estão as alergias. Já entre os psicológicos, estão ansiedade e depressão. Na lista de fatores físicos, estão metabolismo lento e gastrite.

 

Questões ambientais, como calor ou consumo de álcool e cafeína, também podem interferir no sono, assim como medicamentos, envelhecimento e disrupções do ritmo circadiano.

 

Categorias

Conforme a Classificação Internacional de Distúrbios do Sono (ICSD) da Academia Americana de Medicina do Sono (AASM), os distúrbios do sono são agrupados em seis categorias principais: insônias, hipersonias, respiratórios, do ritmo circadiano, parassonias e do movimento.

 

As insônias são caracterizadas como uma dificuldade repetida de início, duração, consolidação ou qualidade do sono que ocorre mesmo havendo oportunidades e circunstâncias adequadas para dormir, o que resulta em alguma forma de dificuldade diurna.

 

Podem se manifestar de modos diferentes para cada pessoa, mas a maioria dos diagnósticos se encaixa em dois tipos: insônia do início do sono, que se refere à dificuldade de cair no sono, e insônia de manutenção do sono, que se refere à dificuldade em ter um sono contínuo.

 

As insônias podem ser crônicas (aparecem pelo menos três vezes por semana durante um período de três meses) ou de curto prazo (menos de três meses).

 

Hipersonias

No caso das hipersonias, as pessoas dormem mais do que o considerado usual e/ou se sentem excessivamente sonolentas durante o dia, o que causa prejuízos nas suas rotinas.

 

Há dois tipos. A hipersonia primária, menos comum, se sustenta sozinha, sem outros distúrbios ou doenças que causam a sonolência em excesso. Alguns exemplos são a síndrome de Kleine-Levin e a narcolepsia.

 

Já a hipersonia secundária é aquela que ocorre em decorrência de outros fatores, como condições médicas, medicamentos, distúrbios psiquiátricos e até mesmo outros distúrbios do sono.

 

Respiratórios

Por sua vez, os distúrbios respiratórios do sono são aqueles em que há uma respiração fora do normal durante a noite. É o caso, por exemplo, da apneia do sono.

 

A ICSD identifica diferentes subtipos desses distúrbios respiratórios, classificados de acordo com seus sintomas, causas e formas de tratamento: apneia obstrutiva, apneia central, síndromes de hipoventilação, distúrbio de hipoxemia, ronco e catatrenia.

 

Ritmo circadiano

A característica dos distúrbios do sono relacionados ao ritmo circadiano é a disrupção do ciclo circadiano natural, podendo causar sonolência diurna excessiva, insônia ou ambos. Em outras palavras, são causados pelo desalinhamento entre o horário de sono e o horário em que se deveria estar dormindo.

 

Alguns dos distúrbios do ritmo circadiano são: fase atrasada do sono, fase avançada do sono, síndrome da má-adaptação ao trabalho em turnos, síndrome de mudança de fuso horário (jet lag) e transtorno do ciclo sono-vigília diferente de 24 horas.

 

Parassonias

Já as parassonias são eventos ou experiências pouco comuns durante o sono, representando um estado limiar entre o despertar e o adormecimento. Elas costumavam ser totalmente associadas a patologias da mente, mas pesquisadores modernos já estudam a sua relação com o cérebro entrando e saindo do estado de sono.

 

Uma subclassificação engloba as parassonias do sono não REM (NREM), caracterizadas por despertar incompleto, pouca responsividade à intervenção de outras pessoas e funções cognitivas limitadas. Entre elas, estão terror noturno, sonambulismo e sexsônia.

 

E as parassonias do sono REM ocorrem na fase do sono em que há movimentação rápida dos olhos somada, nesse caso, a respiração agitada, aceleração dos batimentos cardíacos e aumento da pressão sanguínea. Alguns exemplos são a paralisia do sono isolada e recorrente e o distúrbio dos pesadelos.

 

Uma terceira subclassificação inclui o falar durante o sono ou sonilóquio, que pode acontecer tanto no sono REM como no NREM.

 

Há, ainda, as parassonias que ocorrem, na maioria das vezes, no período de transição entre o sono e o despertar, como a enurese noturna (ou incontinência urinária noturna) e as alucinações do sono.

 

Movimento

A sexta categoria são os distúrbios do movimento relacionados ao sono. Sua principal característica são os movimentos noturnos fora do normal que dificultam um descanso de qualidade.

 

Entre eles, estão a síndrome das pernas inquietas (SPI); o bruxismo e as câimbras noturnas.

 

Ferramenta

A psicoterapia e os recursos terapêuticos são importantes no diagnóstico e tratamento dos distúrbios do sono. A terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, busca identificar e controlar as causas, assim como melhorar os hábitos de sono.

 

E os cards ‘Como enfrentar a insônia? 100 cards para melhoria do sono e qualidade de vida’, de autoria do psicólogo Fernando Elias José e publicados pela editora RIC Jogos, são uma ferramenta que ajuda a combater a insônia e, consequentemente, oportuniza a melhora do sono e da qualidade de vida.

 

Para uso familiar e/ou clínico, tem como público-alvo as faixas etárias a partir dos 12 anos.